Caxias do Sul

Caxienses criam grupo "Banco de Tempo" com a proposta de trocar talentos

Caxienses criam grupo "Banco de Tempo" com a proposta de trocar talentos

Tempo é cooperação, afetividade, troca, mas não é dinheiro. Partindo desta visão que um grupo de cinco moradores caxienses criou o Banco de Tempo Caxias do Sul (BTC). O objetivo do projeto é trocar talentos e habilidades próprias tendo como moeda o tempo.

A ideia surgiu quando os idealizadores Amanda Tapia, Fabio Dias, Jony Era da Luz, Rafaela Molon e Roberta Girardi, todos jovens, descobriram que o projeto funciona em outros estados brasileiros, como em Santa Catarina e no Distrito Federal. De acordo com o grupo, O BTC quebra os paradigmas de escassez de recursos e da competitividade. “Sentimos que a forma como usamos nosso tempo e nossos recursos na sociedade atual está muito errada, nos deixando doentes e presos a um ciclo de trabalho-consumo-trabalho”, ressaltam.

BTC propõe trocas diretas de habilidades, serviços e produtos não mediados por dinheiro. (Foto: Reprodução)

Em três semanas de atividade, já são 21 pessoas cadastradas e mais de 35 talentos, que variam de aulas de gastronomia vegana, línguas e de música, serviços fotográficos, de massagem, manicure e pedicure, artesanatos, confecção de mandalas e terapias naturais, como Yoga, Reiki, meditação, entre outras (Veja a lista completa aqui). Qualquer cidadão residente em Caxias do Sul pode solicitar a entrada no grupo do Facebook, cadastrar no formulário até cinco talentos, serviços ou produtos, e quando quiser, combinar a troca com o outro associado. O valor é em horas e a cada hora de serviço que se realiza, recebe uma de crédito para ser utilizada com os outros serviços disponíveis.

Os administradores do BTC se colocam à disposição para sanar dúvidas e orientar quem quiser reformular o conceito de que tempo é dinheiro. (Foto: Divulgação)

Segundo o grupo, o funcionamento do BTC é simples e orgânico, e visa também integrar a sociedade. “Ao perceberem a importância do tempo, as pessoas começarão a interagir umas com as outras, revolucionando a forma de significar e vivenciar as relações humanas, econômicas e sociais da nossa cidade. Aqui não tem juros, não tem dívidas, não tem acumulação de riquezas, não tem burocracia complicada. Tem vizinho se conhecendo e se ajudando, tem espírito de solidariedade, tem pensamento fora da caixinha, tem trabalho social e voluntário, tem sociedade inteira se beneficiando”, afirmam.