Caxias do Sul

Indústria caxiense fecha 2017 com crescimento de 8,89%

Apresentação dos dados ocorreu na manhã desta quarta no Simecs (Foto: Maicon Rech)
Apresentação dos dados ocorreu na manhã desta quarta no Simecs (Foto: Maicon Rech)

Após anos de crise e déficit nas indústrias caxienses, 2017 deu uma amostra de dias melhores no faturamento e na produção em relação a 2016. Em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira, dia 28, no Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs), o clima era de alívio, otimismo e boas perspectivas para os próximos anos.

Se em 2016 a queda no faturamento das indústrias foi de – 43,7% em relação ao ano anterior, 2017 apresentou crescimento de 8,89% em comparação ao período passado. O setor automotivo ainda é o grande influenciador de mercado, com 70,91% de representatividade. O eixo metal mecânico, com 21,19% e o eletroeletrônico, com 7,9% de representação, fecham os valores.

 

Apresentação dos dados ocorreu na manhã desta quarta no Simecs (Foto: Maicon Rech)

O faturamento anual da indústria caxiense foi de R$ 12,2 bilhões. O valor, é R$ 1 bi superior a 2016. Ainda assim, em comparação com períodos de grande venda, a queda é de – 49,1%.

Segundo o presidente do Simecs, Reomar Slaviero, o empresariado está otimista, mas não eufórico com o crescimento. Ele explica que isso se deve a períodos de grandes negócios e a repentina crise que abalou o mercado.

“Pela experiência que tivemos de 2010 a 2012, nós crescemos muito. O empresário acreditou e investiu nas empresas, expandindo o setor produtivo, empregando mais e de repente teve essa queda. Foi um tombo muito grande e deixou um trauma. O empresário está voltando, mas com os pés no chão”, diz.

O segmento de exportações apresentou queda de -13,17% no ano passado. Para Slaviero, o dado é preocupante, mas o número pode ser um reflexo das escolhas dos empresários.

“É preocupante, mas pode ser uma política das empresas. Quanto tu tens um mercado interno favorável, as empresas se preocupam em vender para o mercado interno. Algumas empresas têm filiais no exterior e passam a trabalhar com elas no mercado externo”, salienta.

Slaviero (à esquerda) crê em manutenção do índice de crescimento para 2018 (Foto: Maicon Rech)

O crescimento no faturamento ainda não reflete diretamente no número de vagas de emprego geradas pelas indústrias. Hoje, são 33.071 postos de trabalho preenchidos no município dentre os segmentos já citados. O dado representa diminuição de 20,3 mil vagas em comparação com janeiro de 2012, que 54.416 empregados.

Conforme o presidente do Simecs, é de se esperar um aumento no número de postos de trabalho. Porém, como os empresários estão receosos e ainda ajustando o quadro de funcionários, o resultado deve aparecer apenas no final de 2018.

“Sim, mas não com grande crescimento. Ainda tem empresas que estão se acertando e vai haver demissões. Por outro lado, algumas estão admitindo e no final vai ser positivo”, conclui Slaviero.

A nível nacional, a expectativa dos economistas é que haja a retomada do crescimento, a inflação fique sob controle e dentro da meta do governo (4,5%), queda no endividamento das famílias, taxa de juros base (Selic) em 6,75% e desemprego alto, mas estabilizado. Ainda, há a tendência da volta de crédito e financiamentos, melhora nos índices de confiança e, claro, o envolvimento da política em ano eleitoral.