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Novas regras de privacidade do WhatsApp afetam apenas contas empresariais

Foto: reprodução
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Os usuários do WhatsApp se assustaram na última semana com a divulgação de que seriam feitas alterações nas políticas de privacidade do aplicativo de mensagens.

O aplicativo anunciou que compartilhará diferentes dados de seus usuários com sua empresa-mãe, o Facebook, que poderá fazer o mesmo com suas plataformas Instagram e Messenger. Porém, a declaração da empresa não foi muito específica, deixando margem para interpretações ambíguas.

Diante da preocupação de que suas informações pessoais, assim como conversas, chamadas e fotos fossem compartilhadas com outras plataformas, os usuários do WhatsApp começaram a migrar para aplicativos concorrentes, como Telegram e Signal. Após a repercussão negativa que a alteração gerou, a empresa publicou um guia resumido para as políticas de privacidade do app, destacando pontos que podem ter levantado dúvidas entre o público sobre o compartilhamento de dados com o Facebook.

Primeiro, é importante esclarecer que, conforme foi explicado no guia, as novas regras irão afetar “apenas as mensagens enviadas para contas empresariais no WhatsApp”. Ou seja, as informações enviadas entre contas não corporativas não teriam qualquer alteração.

Essas mudanças serviriam para acomodar os novos serviços de venda e pagamentos do WhatsApp, integrados aos sistemas usados pelo Facebook e Instagram. As comunicações com lojas e empresas hospedadas pelo Facebook poderão ser usadas para personalizar anúncios na rede social, assim como as atividades de busca e navegação nas vitrines virtuais.

Entre as informações compartilhadas estão nome, telefone, agenda de contatos, modelo do telefone, operadora, IP (que permite identificar sua localização), fotos, status, dentre outros. No entanto, vale ressaltar que em nenhum momento, nem o WhatsApp, nem o Facebook, terão acesso a conversas ou chamadas realizadas no aplicativo. Esses dados são protegidos por criptografia de ponta a ponta, o que permite que apenas as partes envolvidas na conversa tenham acesso aos dados compartilhados.

Inicialmente, cada usuário teria até o dia 8 de fevereiro para aceitar os novos termos de serviço. Caso não concordasse, a conta deveria ser excluída e não seria mais possível utilizar o aplicativo. Porém, para poder prestar os devidos esclarecimentos, a empresa estendeu esse prazo até o dia 15 de maio desse ano.

WhastApp, Telegram ou Signal?

Entre os três aplicativos de mensagens, o WhatsApp é o que mais coleta dados do usuário. Além do nome, número de telefone e contatos, há detalhes de uso da plataforma (horário ou desempenho, por exemplo), transações do aplicativo, marca e modelo do dispositivo ou tipo de conexão, entre outros.

Já o Telegram e o Signal coletam um número muito menor de informações. No Telegram, o usuário precisa fornecer nome, telefone e lista de contatos. Já o aplicativo Signal tem acesso apenas ao número de telefone, o nome é opcional.

Mas quando se trata da segurança e privacidade das mensagens trocadas entre usuários, apenas o WhatsApp e o Signal possuem a proteção por criptografia ponta a ponta, que não permite que nem mesmo as empresas donas dos aplicativos tenham acesso a mensagens e ligações. Já o Telegram só possui criptografia ponta a ponta quando utilizado no modo “bate-papo secreto”, sendo assim, dados de conversas normais são coletados pelo aplicativo.