A retomada gradual da economia e a perspectiva de crescimento do país não foram suficientes para que o setor moveleiro gaúcho registrasse números positivos no acumulado de 2017. A produção industrial no Estado registrou queda de 1,8%, ao contrário da produção nacional do setor e da indústria da transformação que registraram alta de 4,6% e 2,2%, respectivamente. O número final é negativo e o mês de dezembro foi de forte queda, acima de 12%, em todos os segmentos. Os dados estão no relatório Conjuntura e Comércio Externo do Setor de Móveis no Brasil, elaborado pelo Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI).
O presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs), Volnei Benini, destaca que 2017 foi de cautela em função do moderado crescimento. “As dificuldades do segmento nos últimos anos são um reflexo dos indicadores, porém estamos confiantes que 2018 será positivo tanto no volume do comércio, com uma projeção de 3,8%, quanto no preço das commodities, o que permitirá uma variação positiva desses dois índices pela primeira vez desde 2013. Se o cenário básico do Fundo Monetário Internacional (FMI) se confirmar, a evolução da economia global favorecerá a economia brasileira e deverá contribuir para o início da superação da crise atual”, explica ou projeta.
Os índices negativos no acumulado de 2017 nas vendas do comércio varejistas também foram um sinal do baixo desempenho da indústria moveleira. No setor gaúcho, apesar de dezembro ter registrado alta tanto no volume de peças (32,3%), quanto nos valores das receitas (32%), os percentuais não foram suficientes para que o acumulado do ano apresentasse baixas de 9,8% no volume e 5,5% nos valores de receita.
Ainda conforme o relatório, as exportações gaúchas registraram US$ 19,9 milhões no mês de dezembro, um crescimento de 12,2% em relação a novembro, o dobro registrado pelo mercado nacional que registrou 6,3% de alta. Contudo, o setor moveleiro do RS iniciou 2018 com queda expressiva nas exportações, de 45%, atingindo US$ 10,9 milhões. Porém a balança comercial do início deste ano fechou no azul em função da alta das importações, 33,7%.
Os três estados do Sul do Brasil permaneceram na liderança como destinos das exportações de móveis. De acordo com o relatório do IEMI, eles totalizaram 80% dos valores exportadores em janeiro deste ano, sendo EUA, Reino Unido e Argentina os principais destinos.
No quesito registros em carteira, o mercado gaúcho apresentou queda no saldo de emprego na indústria moveleira, com as demissões ultrapassando as admissões em 694 vagas. Durante o ano, consolidou-se em 32.803 postos diretos no setor.
Benini ressalta que apesar dos números, 2017 foi um ano importante para o setor com o processo de votação da Reforma Trabalhista no Congresso Nacional, a revogação da MP 774 sobre a Desoneração da Folha de Pagamento e, sem dúvida, a realização da FIMMA Brasil, que superou as expectativas, e o Congresso Movergs, um importante espaço de debates sobre o setor moveleiro. “Continuaremos trabalhando em prol do setor e para que nosso otimismo, de um 2018 positivo, se concretize”, conclui.