Caxias do Sul tinha 347.184 eleitores aptos a votar no primeiro turno das eleições municipais. Entretanto, 259.927 compareceram às urnas neste domingo (06). O dado representa uma abstenção de 25,13% dos votos.
Segundo estatística da Justiça Eleitoral, o índice foi maior que no primeiro turno do pleito municipal de 2020, durante a pandemia da covid-19, que foi de 24,79%. Outro dado relevante no contexto é de que, na eleição geral de 2022, a abstenção em Caxias foi de 17,98%, ou seja, 7% a menos que este ano.
Se comparado com os números nacionais, o percentual de eleitores que deixaram de votar em Caxias, neste domingo, é maior que na votação geral de há dois anos, que foi de 20%. O dado equivale a 4% a menos que o verificado agora no município.
O chefe do cartório da 169ª Zona Eleitoral, Edson Borowski, avalia que a abstenção ocorrida nesta eleição é preocupante. Isso porque revela um crescimento do índice, desde os últimos quatro anos.
“A Justiça Eleitoral até fez um movimento para que as pessoas comparecessem às urnas. Mas eu acho que a classe política, também os partidos, os eleitos, devem se debruçar sobre esse sistema, porque realmente há um esgotamento do processo eleitoral. Uma eleição municipal deveria envolver mais vereadores, a comunidade para discutir os problemas da cidade da, nossa vida”, analisa.
Estratégia
Como se tratam de pleitos independentes, quem não votou no primeiro turno não está impedido de votar no segundo, que ocorre no dia 27 de outubro. A campanha já começou nesta segunda-feira (07), e o horário eleitoral gratuito no rádio e TV inicia na próxima sexta-feira ( 11). Serão apenas três semanas até o dia do pleito.
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Conforme Borowski, esta é a oportunidade para reverter a situação. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) deve reforçar a divulgação. Ele acredita no reforço da campanha lançada, no final de setembro, para incentivar que o eleitor compareça no segundo turno.
“Se trata de uma eleição quase que plebiscitária, entre A e B, talvez se tenha um calor maior na campanha. Ao contrário, deste domingo, quando se viu uma eleição muito fria, sem emoção, sem pessoas na rua. Pouca gente comparecendo aos locais de votação. Felizmente, pouca boca de urna. Acho que precisa, ainda essa semana, avaliar os dados para tentar resgatar para o segundo turno, alguma possibilidade de baixar essa abstenção, mesmo sabendo que, historicamente, na segunda votação, ela sempre aumenta”, projeta Borowski.
Votos sem validade
Outra questão aliada à abstenção foi o índice de votos em branco ou nulos verificado na eleição. Foram 54.928, ou 29,13% do total de votos computados entre as duas votações.
Deste total, 25.275 votos (9,72%) foram invalidados na majoritária (prefeitura). Para a Câmara de Vereadores, o total foi de 29.653 votos (11,41%).
Confira os dados:
Prefeitura:
Votos em branco: 12.407 (4,77%)
Votos nulos: 12.867 (4,95%)
Câmara de Vereadores:
Votos em branco: 17.487 (6,73%)
Votos nulos: 12.166 (4,68%)
Clique e leia o relatório final emitido pelo TRE/RS
