INVESTIGAÇÃO

Polícia Civil de Veranópolis realiza segunda fase da Operação Rota 470 para desarticular organização criminosa no RS e SC

A ação, que ocorre em diversas cidades da Serra Gaúcha, visa obter provas contra 59 investigados, com foco na lavagem de dinheiro proveniente de crimes como tráfico de drogas e homicídios

A operação mobiliza 282 agentes, incluindo policiais civis, militares e rodoviários federais
A operação mobiliza 282 agentes, incluindo policiais civis, militares e rodoviários federais | Imagem Ilustrativa

Na manhã desta sexta-feira (04), a Polícia Civil deu início à segunda fase da Operação Rota 470, que abrange 14 municípios do Rio Grande do Sul e dois em Santa Catarina. A operação, coordenada pelo delegado Tiago Baldin, da Delegacia de Polícia de Veranópolis, tem como alvo uma organização criminosa investigada por lavagem de dinheiro decorrente de crimes como tráfico de drogas, associação ao tráfico, posse de armas de fogo e homicídios.

O objetivo é recolher novas provas contra 59 investigados. Seriam cumpridos 44 mandados de busca e apreensão domiciliar e 46 de veículos, cujo valor estimado é de R$ 3 milhões. Além disso, 59 contas bancárias, de pessoas físicas e jurídicas, foram bloqueadas, somando aproximadamente R$ 8,7 milhões, visando descapitalizar os recursos da organização criminosa.

Em Veranópolis, as buscas ocorreram no Centro e nos bairros Medianeira, Sagrado Coração de Jesus, Santo Antônio e São Francisco, com apoio da Força Tática e da Brigada Militar. Em Bento Gonçalves, três veículos foram apreendidos, mas não há informações sobre prisões. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) também participa da operação.

Embora alguns veículos apreendidos possuam adesivos de campanhas eleitorais de 2024, o delegado Baldin afirmou que, até o momento, não há indícios de ligação entre a organização criminosa e candidatos políticos.

Além de Veranópolis e Bento Gonçalves, a operação ocorre em Vila Flores, Fagundes Varela, Nova Prata, Nova Bassano, Vista Alegre do Prata, Garibaldi, Farroupilha, Caxias do Sul, Vacaria, Passo Fundo, Canela e Xangri-lá, no Rio Grande do Sul, e nas cidades catarinenses de Florianópolis e São Bernardino.

A operação mobiliza 282 agentes, incluindo policiais civis, militares e rodoviários federais, além de 95 viaturas e cães farejadores. No Rio Grande do Sul, participam 223 policiais civis, 35 policiais militares e 7 policiais rodoviários federais, enquanto em Santa Catarina atuam 17 policiais civis.

Veja o que foi apreendido em cada cidade

  • Caxias do Sul/RS: telefones, documentos, uma motocicleta, cinco automóveis.
  • Veranópolis/RS: 3 automóveis, documentos s e telefones.
  • Bento Gonçalves/RS: 3 carros, documentos, eletrônicos, telefones.
  • Farroupilha/RS: uma prisão em flagrante delito por posse ilegal de arma de fogo, um veículo, documentos e telefone.
  • Garibaldi/RS: 3 motocicletas e 3 carros apreendidos.
  • Vista Alegre do Prata/RS: uma prisão em flagrante delito por duas armas de fogo, uma camioneta e uma moto apreendidas.
  • Nova Prata/RS: telefones, documentos e um veículo apreendido.
  • Nova Bassano/RS: documentos apreendidos.
  • Passo Fundo/RS: telefone celular.
  • Xangri-lá/RS: uma máquina de cartão.
  • São Bernardino/SC: telefone e documentos diveros.
  • Florianópolis/SC: uma pistola calibre .380, telefones, um veículo e inúmeros documentos vinculados ao ramo imobiliário.

Precedente

Em 2020, 32 pessoas foram indiciadas por envolvimento com a mesma organização criminosa, e oito delas já foram condenadas, sendo as principais lideranças (primeiro escalão, com seu líder já segregado no sistema carcerário, de onde partiam as ordens para a facção). Investigações financeiras realizadas em 2022 apontaram movimentações suspeitas no valor de R$ 13 milhões, o que reforçou a necessidade de aprofundar as investigações sobre lavagem de dinheiro.