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Um abraço na volta das férias

Um abraço na volta das férias

Pra alegria de uns poucos, pra indiferença de muitos e a tristeza de alguns, quem sabe, eu estou de volta das merecidas, mas sempre insuficientes, férias. Aliás, eu, os vereadores da nossa cidade, os deputados na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal, os nem tão nobres senadores da República e os togados da Justiça nem tão acima de qualquer suspeita. Todos nós voltamos a trabalhar esta semana.

E quanto trabalho estava à espera! Porque, como já disse o poeta, o tempo não pára, né mesmo? Tá bem, tá certo, logo ali vem o carnaval e tudo vai parar de novo, mas vá lá, o Lula foi condenado em segunda instância e pode ir preso a qualquer momento, um dos processos contra o senador Romero estanca sangria Jucá prescreveu porque ficou cinco anos parado na gaveta do Gilmar Mendes, a reforma da previdência segue na pauta, o temeroso presidente insiste em nomear a Cristiane Brasil no Ministério do Trabalho, os deputados gaúchos aprovaram nesta madrugada a adesão do Rio Grande ao famigerado regime de recuperação fiscal do governo federal, enfim, o ano já começou mesmo.

Mas hoje, porque eu estou voltando de férias, vou me permitir não falar com vocês sobre nenhum desses assuntos. Hoje vou falar de como é bom voltar de férias. E não importa se quem volta, volta de Paris ou de Arroio do Sal. O que importa é voltar a trabalhar depois de um merecido descanso. Ainda mais em um país que conta mais de uma dezena de milhão de desempregados. Mas também não é isso que eu quero compartilhar com vocês hoje.

O que importa mesmo é a recepção dos colegas, dos chefes e dos chefiados. Porque o que importa na vida é mesmo se sentir acolhido, é saber que você faz parte, é essa sensação de pertencimento. Na família, no grupo de amigos e – porque não? – também no trabalho, é isso que faz a gente crescer.

E, cara, vou dizer pra você: tudo isso cabe num abraço. E taí onde eu queria chegar, na importância e no poder de um abraço. E isso parece lógico e evidente, né? Mas a verdade é que a gente dá pouco valor às pequenas maneiras de mostrar que o outro tem importância na nossa vida.

Mas se a gente parar pra pensar, é um abraço uma das primeiras coisas que a gente costuma fazer quando alguém perto de nós está sofrendo, porque ele é instintivo e porque o abraço cura.

Uma frase famosa da psicologia diz que precisamos de quatro abraços por dia para sobreviver, oito abraços por dia para nos manter e 12 abraços por dia para crescer. Se esses números exatos foram cientificamente comprovados não sei, até acho que não, mas também não duvido.

O certo é que um abraço tem sim muito poder, nunca esqueça disso. Então, o que eu quero dizer pra você hoje é isso: abrace, abrace mais e abrace muito. Eu, daqui, de volta de férias, estou te abraçando agora. E não se iluda, você estar lendo este texto agora é também um caloroso abraço a este colunista. Muito obrigado, eu agradeço de coração.