Opinião

Um debate é um debate, é um debate…

Um debate é um debate, é um debate…

Francis Hime é daqueles craques da música popular brasileira que possivelmente só não é mais lembrado porque teve o azar(?) de ser contemporâneo de Chico Buarque de Holanda, de quem aliás foi profícuo parceiro. É como o craque que joga ao lado do Messi ou do Cristiano Ronaldo e estando mesmo time, vira coadjuvante.

Pois o Hime compôs Pau Brasil, letrinha divertida e de duplo sentido em que rima Aldebarã, cunhã, Deus Tupã, com uma maçã é uma maçã, é uma maçã…

Tudo isto para dizer que se uma maçã é uma maçã, um debate é um debate e nunca será mais que um debate. Foi assim na noite de terça, o Grupo RSCom, como é de sua tradição, realizou o debate com candidatos a prefeito de Bento Gonçalves reunindo oito dos nove candidatos – Carlos Roberto Pozza (PSC) declinou do convite.

O que se viu foi um pouco mais do que apenas uma pálida imagem dos postulantes a cargo. Mesmo oferecendo isonomia de tempo e oportunidades aos participantes, o evento cuidadosamente organizado pelo colega Maicon Rech, permitiu que se percebesse ao menos três grupos de candidatos: os protagonistas, os que ainda não estão maduros ou mesmo estando não terão chance no pleito e os que jamais estarão preparados.

Mesmo este grupo dos que não chegarão a lugar algum são protegidos da lei e, às vezes, do acaso. Entram pensando que, por sorte e ventos favoráveis, poderão se eleger. Só não deveria valer prometer o inexequível, tipo transporte público gratuito para todos. Verdadeque de onde menos se espera pode aparecer uma boa provocação, mesmo que careça de adequações. É o caso da sugestão de uma PPP para um curso de medicina de faculdade privada para o futuro hospital público. O setor da educação esbanja saúde financeira com dinheiro de fundos.

O respeitado jornalista Stephan Kanitz lembrou em seu blog que os candidatos com baixa popularidade e mínimas chances de se eleger deveriam ter uma cláusula de barreira, afinal, atrapalham o andamento de apresentação de propostas. Viram “ruído” na comunicação.

Foi mais ou menos isto que aconteceu no debate com oito candidatos, Não há tempo para perguntas mais elaboradas e respostas mais profundas. Restam as provocações, que é o que o público gosta mesmo. As lacrações e os erros viram memes.

Pois o debate deu quase uma espécie de start no aquecimento derradeiro à campanha, O desempenho do Portal Leouve foi demais, a audiência nas rádios Serrana e Viva FM foram plenas. Mostra que o eleitor quer estar informado, torcendo ou secando.

No dia 09 teremos debate em Garibaldi, no dia 10 em Farroupilha e no dia 11/11 os 11 candidatos de Caxias vão se expor dando uma oportunidade final para quem ainda estiver indeciso escolher seu candidato.

Com 11 candidatos para duas horas ou um pouco mais de tempo – que não dá pra cansar o ouvinte – vai ser possível formar uma opinião e, como a menina da música de Hime, sair cantarolando “é uma eleição, é uma eleição, é só uma eleição.