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Operação realizada pela Draco de Lageado prende 12 pessoas por tráfico de drogas

Foto: Polícia Civil / Divulgação
Foto: Polícia Civil / Divulgação

Mais de 150 policiais se mobilizaram para realizar uma ação ostensiva que teve início às 5h desta sexta-feira. A Operação Godfather, capitaneada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Lajeado resultou em 12 prisões e na apreensão de armas, entre elas um fuzil, dinheiro, munições e um carro.

O objetivo da ostensiva foi o de desarticular uma organização criminosa de tráfico de drogas, principalmente de maconha e drogas sintéticas. Os mandados foram cumpridos em Lajeado, Bom Retiro do Sul, Venâncio Aires, Torres e Florianópolis (SC). Além disso, o chefe do grupo criminoso, um homem de 36 anos, foi preso em Florianópolis, sendo custodiado até o Presídio Estadual de Lajeado (PEL).

A ação policial contou com a cooperação de 14 delegados e 120 agentes da Polícia Civil, 17 policiais militares, dois agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e seis cães de faro. Além da Draco, atuaram as delegacias de Polícia de Teutônia e de Venâncio Aires.

Fotos: Polícia Civil / Divulgação

Prisões e Apreensões

O titular da Draco, delegado Dinarte Marshall Júnior, explica que, em Lajeado, as ações ocorreram nos bairros Carneiros, Conservas e São Cristóvão. E em Bom Retiro do Sul nos Bairros Centro, Alto da Bronze, São João, Getúlio Vargas, Laranjeiras, Goiabeiras e São Francisco.
Durante as buscas, foram apreendidos cerca de R$ 8 mil, um veículo, um fuzil calibre 5,56, duas espingardas calibre 12, além de 24 aparelhos celulares. Um homem e uma mulher foram presos em flagrante. Preventivamente foram detidos dez homens, que eram alvos da operação. Um deles já estava recolhido no sistema penitenciário. Após os registros das ocorrências na Draco, os presos foram levados ao PEL.
Marshall Júnior destaca a importância da ação e da prisão do chefe da organização. “Esse grupo era o principal responsável pelo tráfico de maconha e drogas sintéticas aqui do Vale do Taquari. Temos certeza que, com essa operação, conseguimos dar um duro golpe nessa facção que atua na nossa região, parte do Vale do Rio Pardo e região metropolitana de Porto Alegre”, salienta o delegado.

Como agiam

As investigações apontaram que o fornecedor transportava cerca de 400 quilos de maconha a cada remessa, distribuindo aproximadamente cem quilos para o Vale em cada entrega. Este fornecedor já fora alvo de investigação do Denarc da Polícia Civil e da Polícia Federal. Ele estaria envolvido com o tráfico há 17 anos. “Acredita-se que o principal alvo local, o qual comandava a venda de maconha e drogas sintéticas em Lajeado e parte do Vale do Taquari, movimentava cerca de R$ 800 mil por ano”, observa Dinarte Marshall Júnior.
Durante a operação desta sexta-feira, não foram apreendidas grandes quantidades de entorpecentes. O delegado comenta que a Polícia Civil já sabia sobre o modo de atuar da organização. “Já sabíamos que a droga não ficava no local de venda, ela ia em pequenas quantidades somente para realização de venda diária e depois era recolhida e remanejada.”

Violência

A Polícia Civil apurou, ainda, que o grupo agia com violência, ameaçando devedores com armas. “Essa quadrilha utilizava métodos violentos para cobrança de usuários, tendo gerado até o suicídio de um rapaz de Bom Retiro do Sul após cobrança desses traficantes”, completa o titular da Draco.

O Padrinho

A operação foi intitulada Godfather porque o chefe local do tráfico e da organização criminosa era chamado de Padrinho pelos outros traficantes. A tradução batizou a operação. Esse homem foi detido em Florianópolis, com apoio da Polícia Civil Catarinense.
Natural de Venâncio, o preso era o principal alvo da ação. “Ele mantém alguns negócios com aparência lícita na cidade, tendo diversos contatos com empresários e pessoas, muito possivelmente na tentativa de colocar esse dinheiro proveniente do tráfico de uma forma legal no mercado financeiro lícito”, diz o titular da Delegacia de Polícia de Venâncio Aires, Felipe Cano. Foram cumpridos mandados de busca em propriedades do acusado, inclusive na cidade de Torres, litoral gaúcho.

Dez meses com megaoperação

Neste dia 11 de outubro, a Draco completa dez meses em Lajeado. Embora tenha realizado outras ações, esta foi a maior operação realizada pela delegacia especializada. “O tráfico de drogas é um dos problemas que mais assola a sociedade lajeadense e região. E como a Draco foi criada para esse objetivo, para combater o tráfico e o crime organizado, ela elaborou essa operação, fez investigação, coletou provas robustas”, salienta o delegado regional do Vale do Taquari, José Romaci Reis. A investigação deverá continuar nos próximos meses, a fim de coletar informações a respeito de patrimônio dos criminosos.

Integração

O delegado Dinarte Marshall Júnior complementa que a integração da Polícia Civil com demais instituições, como Ministério Público, Poder Judiciário, Brigada Militar e PRF, foi fundamental para o sucesso do trabalho.
Na ação, a Brigada Militar colaborou com apoio operacional. “A integração entre as polícias tem colhido bons resultados e vamos colher muito mais”, completa o major Marcelo de Abreu Fernandes, comandante do 22º Batalhão de Polícia Militar.

Fonte: O Informativo