Comportamento

A mulher de biquini: entrevista esclarece os motivos do protesto da mulher que viralizou em Bento

Ela falou sobre as dificuldades encontradas em função de um sério problema de saúde

Foto: Redes Sociais
Foto: Redes Sociais

Nossa reportagem conversou com Paula Bonassa dos Reis Ferreira de Souza, a carioca de 31 anos que ficou famosa nas ruas de Bento Gonçalves, realizando protestos e dançando de biquíni pelas ruas da cidade, por vezes utilizando um objeto semelhante a uma laranja na cabeça.

Qual a sua historia, qual a pauta principal de suas manifestações, as suas dificuldades e o motivo de realizar as manifestações de biquíni? Ela contou parte de sua história em conversa realizada na tarde desta terça-feira (6), na Via del Vino, onde está “acampada” e sem abrigo, debaixo de um guarda chuva onde faz costuras para vender, bem como tenta vender anéis de forma a conseguir sobreviver, dia após dia, assim como conta com a ajuda de pessoas que passam nas proximidades.

Foto: Gabriel Pfeifer / GrupoRSCOM

Garota de programa devido a falta de oportunidades e diante de situações dramáticas no âmbito familiar, as quais nos contou, mas pediu para que não fosse divulgado, Paula veio a Bento Gonçalves no começo deste ano de 2020 para trabalhar em uma casa noturna da cidade, pois já havia trabalhado no município em outra ocasião.

Ela conta que estava vindo de bicicleta de Bom Princípio – RS na companhia de um morador de rua o qual conheceu ao longo de suas “andanças”, entretanto, não conseguiu continuar devido a problemas de saúde. Com R$ 24,00 na carteira, comprou então uma passagem de ônibus até Bento, enquanto que o morador de rua seguiu a viagem de bicicleta.

Ela chegou a Bento Gonçalves com R$ 4,00. Como não recebia ajuda de ninguém, resolveu protestar de biquíni para ser vista, o que fez com que as pessoas se interessassem pela sua historia e passassem a lhe ajudar.

Quando seu companheiro chegou à cidade, ela conta que passaram a viver a partir do auxílio emergencial e refeições disponibilizadas pelo Lar da Caridade. Ela ficou em uma barraca nas proximidades da Avenida Osvaldo Aranha, mas conta que ela e o companheiro foram expulsos devido ao pedido do proprietário de um empreendimento nas proximidades.

Do Rio de Janeiro, do Bairro de Copacabana, ela já morou em muitos lugares como Balneário Camboriú – SC, onde também realizava protestos semelhantes e em Farroupilha, onde foi casada, Caxias do Sul, São Paulo, Itajaí-SC e Fortaleza. Sempre a bordo da carona de caminhoneiros ou viajando de ônibus com o dinheiro que conseguia juntar. Ela conta que ficava em alojamentos.

Com graves problemas respiratórios, com os pulmões totalmente comprometidos, problema o qual descobriu recentemente e diante da pandemia, ela ficou impossibilitada de trabalhar e sem nenhuma fonte de renda. O problema é que não consegue um laudo junto ao INSS para viabilizar a sua aposentadoria por invalidez, ficando assim à mercê da própria sorte. Ela procura um advogado que possa abraçar a sua causa e tentar resolver a sua situação.

A situação dela se agravou, pois o seu companheiro lhe abandonou e foi para outra cidade.

Os problemas nos pulmões acarretam taquicardia e pontadas no pulmão.

Perguntada se não aceitaria se abrigar em uma casa de passagem oferecida pelo município, ela nega veementemente, afirmando que aguarda os seus direitos junto ao INSS, que desta forma, poderia alugar um apartamento com a renda mensal.

Em relação ao protesto de biquíni pelas ruas, ela afirma que é uma forma de ser vista.

Confira o áudio com a entrevista: