Opinião

Precisamos falar sobre o Outubro Rosa

O câncer de mama apresenta-se como a neoplasia de maior índice de mortalidade no Brasil

Precisamos falar sobre o Outubro Rosa

Texto escrito por Abigail Somacal (Licenciatura em Educação Física / Bacharel em Educação Física / Pós graduanda em Fisiologia e Prescrição do Exercício Clínico / CREF 027828-G/RS)

É outubro. Precisamos falar sobre a conscientização para o controle e prevenção do câncer de mama. Dentre os diferentes tipos de câncer, o de mama apresenta-se como a neoplasia de maior índice de mortalidade no Brasil, apesar de seu prognóstico ser detectado com mais facilidade.

Sabemos da importância do autoexame e de como ele pode salvar a sua vida. Mas hoje eu quero falar sobre a importância da prática de atividades físicas para a prevenção do câncer de mama.

Abigail Somacal: CREF 027828-G/RS

Estudos afirmam que mulheres fisicamente ativas têm 10 a 20% menos risco de câncer de mama do que mulheres que são inativas. Essa redução está associada com quantidades significativas de exercícios, entretanto, mesmo quantidades menores de exercícios, incluindo caminhadas, se mostraram benéficas.

Vamos compreender: a atividade física reduz o risco de câncer de mama através da redução dos níveis de estrogênios circulantes (em consequência de uma diminuição do tecido adiposo) e da inflamação e melhora da sensibilidade à insulina, além de diminuir os níveis de insulina no jejum. A atividade física também tem efeitos imunomodulatórios que melhoram as respostas imunes inata e adquirida e promovem vigilância tumoral.

Mas a importância do exercício físico não fica apenas restrita a quem quer se prevenir, estudos também confirmam que os exercícios retardam o crescimento de tumores. Os movimentos corporais provocam melhorias significativas na quantidade e funcionalidade dos vasos sanguíneos ao redor de tumores, assim como ativa o fluxo de oxigênio e, consequentemente, o retardo do avanço do câncer. Agora, vamos combinar, a prática de exercícios físicos, tais como a caminhada, é importante para qualquer mulher, especialmente no período pós-menopausa, além de ser uma atividade fácil e não ter custo.

Quanto maior o peso e idade, mais chances a mulher tem de desenvolver câncer nas mamas, principalmente após a menopausa, pois um dos principais hormônios produzidos pelo tecido gorduroso é o estrógeno. Se a mulher for obesa, o risco do tumor é muito maior, pois quanto maior o número de gordura, maior o volume de hormônio feminino, que serve como ‘combustível’ para as células cancerígenas”.

Estamos cientes de que o sedentarismo oferece mais riscos à saúde do que a prática de exercícios, mesmo em pessoas que se recuperaram da doença. Treinar regularmente pode até diminuir a chance de recorrência do câncer. Os exercícios aumentam a força muscular e a capacidade funcional, além de auxiliar no controle do peso, melhorar a autoestima e a qualidade de vida.

Um dos efeitos colaterais do tratamento do câncer de mama é a fadiga. Pois ela reduz a capacidade de realizar as atividades diárias e de maior duração, o que prejudica seriamente a qualidade de vida. Uma mulher já diagnosticada com câncer de mama também leva vantagem ao se movimentar regularmente, pois os exercícios ajudam a combater a fadiga.

Com todas essas informações, concluímos que o exercício é essencial na prevenção e também na luta contra o câncer. O outubro rosa é um mês destinado a visibilidade da campanha de mulheres que sofrem com esse problema que afeta grande parte da população mundial, mas devemos lembrar que durante todo o ano devemos ter a consciência sobre os cuidados!