Comportamento

Síndrome metabólica: uma doença perigosa e pouco conhecida

A doença tem um alto impac­to epidemiológico, podendo atingir de 25 a 48% da população

Síndrome metabólica: uma doença perigosa e pouco conhecida

Texto escrito por Abigail Somacal (Licenciatura em Educação Física / Bacharel em Educação Física / Pós graduanda em Fisiologia e Prescrição do Exercício Clínico / CREF 027828-G/RS)

Hoje eu quero falar um pouco mais sério, quero explicar de forma correta e clara um assunto muito importante e presente em nossa sociedade, porém por muitos nem conhecido: a Síndrome Metabólica.

Síndrome Metabólica corresponde a um conjunto de doenças cuja base é a resistência insulínica. Doenças frequentes como hipertensão, alterações na glicose e no colesterol estão muitas vezes associadas à obesidade. E essas condições estão unidas geralmente pela resistência insulínica. A Síndrome Metabólica está relacionada a uma mortalidade geral duas vezes maior que na população normal e mortalidade cardiovascular três vezes maior.

Um dos maiores problemas de saúde pública na atualidade é o sedentarismo, pois tal condição é diretamente associada a uma grande variedade de doenças.

A obesidade é considerada uma doença, porém, como observamos, em breve o sedentarismo também será tido como tal. Além do que, a inatividade física colabora para a síndrome metabólica, sendo esta caracterizada quando presentes três dos cinco critérios abaixo:

Obesidade central: circunferência da cintura superior a 88 cm na mulher e 102 cm no homem;

Hipertensão Arterial: pressão arterial sistólica ³ 130 e/ou pressão arterial diastólica ³ 85 mmHg;

Glicemia alterada (glicemia ³110 mg/dl) ou diagnóstico de Diabetes;

Triglicerídeos ³ 150 mg/dl;

HDL colesterol £ 40 mg/dl em homens e £50 mg/dl em mulheres

A síndrome metabólica apresenta um alto impacto epidemiológico, podendo atingir de 25 a 48% da população em determinado local/região e faixa etária.

O estilo de vida apresenta forte influência sobre a etiologia da síndrome metabólica, em que indivíduos com alto consumo energético e/ou baixo gasto energético por pouca atividade física e sedentarismo têm o balanço energético positivo acentuado, quadro que satura a capacidade de estocagem de tecido adiposo, o que leva à modificação no fenótipo do tecido.

Aqui vão algumas boas dicas para tratarmos os pacientes com síndrome metabólica: devemos determinar alguns objetivos, de forma que a proposta sugira que no primeiro ano de tratamento ocorra uma redução do peso corporal de 7–10% e, posteriormente, a meta será atingir um IMC > 25, e ainda, redução da pressão arterial (< 140 x 90 mmHg).

Contudo, o tratamento por meio do exercício físico (após considerar as variáveis dos sistemas acometidos) deve considerar que o principal aspecto no tratamento da síndrome metabólica é a obesidade, ou seja, deve direcionar o paciente para um perfil (de composição corporal) que o deixe de caracterizar como tal (IMC < 30). Quando atingir tal objetivo, o próximo passo será deixar de ser um paciente com “sobrepeso”, normalizando sua composição corporal.

É de extrema necessidade que o paciente também seja inserido em um plano nutricional para evitar um perfil alimentar caracterizado por alto consumo de gordura saturada, gordura trans e colesterol. Quando essas duas intervenções terapêuticas são ofertadas, espera-se a melhora da homeostasia glicêmica e do perfil lipídico, principalmente, favorecendo a diminuição de triglicérides e aumento de HDL-colesterol.

Essa foi uma carta aberta e explicativa à sociedade, para que haja compreensão de que temos uma grave doença e que como tudo, tem solução, basca buscarmos conscientização e melhores hábitos.