A safra de uva na Serra Gaúcha para 2017/2018 deve se manter dentro da média histórica. Segundo a projeção da Emater/RS, aproximadamente 720 mil toneladas da fruta devem ser colhidas nos parreirais da Serra neste ano. O número representa uma redução de 15% em relação à safra histórica de 2016/2017, quando foram colhidas 850 mil toneladas de uva no estado, mas se mantém dentro da média histórica. Apesar de menor em relação ao ano passado, a safra deste ano também traz motivos para que os produtores comemorem: até agora, o que se viu nos parreirais serranos foi uma uva de extrema qualidade.
Conforme o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Enio Ângelo Todeschini, a uva colhida até o momento apresenta sanidade das bagas, intensidade de coloração e elevado grau de açúcar, uma combinação que eleva a qualidade da fruta. Ele atribui isso às condições climáticas e à dedicação dos produtores.
“A qualidade dessa fruta está de primeira categoria. As condições do clima são determinantes. Pouca precipitação, com volumes baixos, dias bastante ensolarados, frequentemente noites frias e as tardes quentes. Isso perfaz um quadro que gera uma graduação, um teor de açúcar bastante interessante, acima da média. A sanidade das bagas também está muito boa, assim como a concentração de material corante. Outro fator é o manejo: a cada ano o produtor vem caprichando mais. Apesar da dificuldade na mão de obra, ele vem buscando sempre uma qualidade melhor da fruta”, explica.
Segundo o engenheiro agrônomo da Emater, se as variedades tardias – Isabella, Cabernet Sauvignon e Moscato – apresentarem o mesmo tempo de maturação das precoces e super precoces, a tendência é de que os parreirais estejam praticamente vazios até o final de fevereiro. “Se isso se confirmar, final de fevereiro já vai ter pouca uva ou quase nada para colher. Então um encerramento bem precoce da vindima dessa safra”, projeta.
Preço mínimo do kg fica em R$ 0,92
Ainda em dezembro, o Ministério da Agricultura informou que o preço mínimo da uva industrial foi mantido em R$ 0,92 o quilo para a safra 2017/18. A estimativa leva em conta os custos fixos de produção da uva e custos variáveis, como o custeio da lavoura, despesas pós-colheita e despesas financeiras.