Política

Prefeito de Itajaí (SC) quer tratar Covid-19 com aplicação retal de ozônio

A técnica, entretanto, não tem eficácia comprovada contra a Covid-19

Foto: Reprodução/ Redes Sociais
Foto: Reprodução/ Redes Sociais

O prefeito de Itajaí, no estado de Santa Catarina, Volnei Morastoni (MDB), afirmou na noite de segunda-feira (03), que existe a possibilidade de a cidade adotar a aplicação de ozônio por via retal como medida de tratamento a Covid-19 em pacientes confirmados e com sintomas. A técnica, entretanto, não tem eficácia comprovada contra o novo coronavírus.

“É uma aplicação simples, rápida, de dois ou três minutinhos por dia, provavelmente vai ser uma aplicação via retal. É uma aplicação tranquilíssima, rapidíssima de dois minutos com cateter fino, e isso dá uma resultado excelente”, disse Morastoni.

O prefeito, que também é médico, declarou, em live no Facebook, ter inscrito a cidade na Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa), ligada ao Ministério da Saúde, para integrar um protocolo de pesquisa sobre o uso do ozônio. O Ministério da Saúde e a OMS (Organização Mundial de Saúde) já divulgaram, mais de uma vez, que ainda não há cura para a covid-19 ou mesmo tratamento de eficácia científica comprovada, ou seja, quando cumpre diversas etapas de testagem e registro específico como medicação a ser usada em determinada doença.

A ozonioterapia é uma técnica antiga, porém, ainda considerada experimental pelo Conselho Federal de Medicina. Ela consiste no uso de uma mistura de ozônio e oxigênio para aumentar o fluxo sanguíneo. Não há evidências científicas que permitam seu uso médico no Brasil, de acordo com o conselho.

Não existe embasamento científico que sustente esta prática. Precisamos parar com achismos, precisamos de apoio dos governantes para que a ciência possa ser nossa aliada. Estamos diariamente buscando estudos, buscando pesquisas pra o tratamento da Covid-19. Então peço para que nos deixe trabalhar”, disse a especialista.

Segundo o prefeito de Itajaí, trata-se de uma “nova etapa” de ação de combate ao vírus na cidade, que inclui a ingestão de cânfora, tanto de maneira preventiva quanto para os casos já positivados. Morastoni cita também a continuidade do tratamento com o medicamento antiparasitário Invermectina e do antibiótico Azitromicina.

O prefeito acrescentou que o tratamento seria voltado apenas “a quem desejar” e que só seria aplicado em casos confirmados da doença provocada pelo novo coronavírus. Ainda, acrescentou que provavelmente seriam dez sessões de aplicação de ozônio, “simples, rápidas, de dois a três minutinhos por dia.

Morastoni disse ainda que a prefeitura se inscreveu no Conselho Nacional de Pesquisa e Ética (Conep), ligado ao Ministério da Saúde, com o objetivo de conseguir autorização para ter um ambulatório de ozônio, com aparelhos e kits necessários para a aplicação, “adotando o protocolo nacional de pesquisa”, segundo ele.