O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) vai antecipar em quase dois meses a abertura ao trânsito da nova ponte do Guaíba, em Porto Alegre (RS). Com 12,3 quilômetros de extensão, a construção da estrutura está na reta final e segue em ritmo acelerado. A previsão é liberar a travessia até o início de novembro.
Para concluir a linha geral da nova ponte do Guaíba neste prazo, estão sendo contratados cerca de 250 novos operários. Desta forma, os veículos poderão trafegar entre o norte e sul do Estado pela ligação entre a BR-290/RS, a Freeway, e a rodovia contínua BR-116/BR-290. Atualmente, as atividades estão concentradas no km 99 da rodovia BR-116/BR-290. Neste ponto, estão sendo cravadas as estacas pré-moldadas do bloco da travessia na margem do acostamento externo da rodovia. No local, está em execução também o canteiro central. Na sequência, será realizada a instalação do pilar e o lançamento das travessas.
Com menos de 10% para ser finalizada, a nova ponte do Guaíba já está com as principais estruturas praticamente concluídas. Sobre o rio Guaíba, os vãos navegáveis e trecho em elevada estão 99% e 98% executados, respectivamente. A interseção do acesso à avenida Dona Teodora, às margens do rio Guaíba, na Freeway, e o alargamento da ponte sobre o Saco da Alemoa estão 93% executados, aguardando a instalação da iluminação e sinalização, que são as últimas etapas da construção.
A terraplenagem necessária para a conclusão da travessia também está avançando e chegou a 79%. A drenagem (43%) e a pavimentação (37%) estão em andamento de acordo com o cronograma e avanço dos demais serviços.
Terraplanagem
79%
Drenagem e OAC
43%
Pavimentação
37%
OAE – Interseção no acesso a Av. Dona Teodora (Freeway)
93%
OAE – Ponte sobre o rio Guaíba – Vãos navegáveis
99%
OAE – Ponte sobre o rio Guaíba – Trecho via elevada
98%
OAE – Alargamento da ponte sobre o Saco da alemoa
93%
Solução de logística e preservação da fauna e flora lado a lado
A construção de uma nova ponte sobre o rio Guaíba atende a um anseio antigo dos gaúchos. Esta segunda travessia vai ampliar a interligação da Região Metropolitana de Porto Alegre com o sul do Estado, proporcionando uma conexão sobre o Delta do rio Jacuí sem as interrupções que ocorrem diariamente na ponte existente. A expectativa do DNIT é de que 50 mil veículos se desloquem por ela todos os dias, dando fim aos engarrafamentos na entrada da Capital.
Com a sua abertura ao tráfego até o início de novembro, a nova ponte do Guaíba também trará solução para outro problema na logística do Estado: os congestionamentos provocados pelo içamento ou falhas mecânicas do vão móvel da ponte existente sobre o rio Guaíba. Esta ponte foi construída nos anos de 1950 e é a opção mais curta para veículos que se deslocam do sul do Estado para a capital gaúcha.
Lado a lado com a solução para os problemas de logística, o DNIT também destinou atenção especial ao fato de que a nova ponte do Guaíba atravessa uma Unidade de Conservação Ambiental: o Parque Estadual Delta do Jacuí. Os programas ambientais previstos no processo de licenciamento ambiental nortearam as ações de mitigação, controle e monitoramento para que fosse possível assegurar a manutenção da qualidade ambiental das áreas impactadas.
Para isso, a nova travessia está sendo construída sobre a água a partir de peças pré-moldadas, que são fabricadas em canteiros industriais e depois montadas no local definitivo. Com uma estrutura em elevada, a nova travessia permitirá que a fauna e a flora nativas mantenham o seu fluxo gênico entre as porções cortadas pela ponte. Desta forma, o empreendimento garante também a preservação das espécies nativas.
Após a liberação da linha geral ao tráfego, o DNIT irá concentrar esforços na construção da alça de acesso que fará a ligação entre as avenidas Dona Teodora e Voluntários da Pátria, no bairro Humaitá. Esta interseção possibilitará que os motoristas acessem ou saiam de Porto Alegre pela BR-290/RS, evitando a hoje saturada avenida Castelo Branco.
Para que esta conexão seja executada, serão realocadas 603 famílias que atualmente residem nas comunidades Areia e Tio Zeca. Este trabalho social de reassentamento depende da realização de audiências públicas e conciliatórias, que terão continuidade após o fim das medidas de isolamento social decorrentes da pandemia do novo coronavírus.