Quando escrevi o artigo semana passada, não tinha ideia do indulto que viria pela frente, no decreto que selaria por via legal a compensação por ser corrupto, bandido, criminoso.
Temer extrapolou todo e qualquer limite. Passou do limite de seu poder executivo, passou do limite da ética, da vergonha e sobre tudo da justiça. Aliás, Temer mostrou que não tem limites.
Eu já penso ser absolutamente fora de propósito esta tradição de o presidente da república dar a presidiários um “indulto natalino”. Não vejo porque. Mais que isso, penso ser a lei no Brasil frouxa, com progressões de pena que tornam a justiça injusta.
A falta de limites do presidente Temer em livrar os da sua laia da cadeia é de uma vergonha comparável ao número de presidiários que se beneficiariam com o indulto. Quantos mil presos soltos por terem cumprido UM QUINTO DA PENA??? Para livrar os bandidos políticos criminosos e seus comparsas Temer teria livrado milhares e milhares outros bandidos com um quinto da pena cumpridos. Não mede o alcance do seu decreto para livrar os seus amigos. O mesmo fez Dilma em anos anteriores.
Sob a alegação de terem praticado crimes que não atentaram contra a vida?? Ora presidente tome tenência. Pois quem rouba dinheiro público não atenta contra a vida da população? O dinheiro desviado que falta na saúde não atenta contra a vida? E o dinheiro que falta na segurança? Na minha opinião, estes são crimes ainda piores. Deveriam ser considerados hediondos e não terem um indulto natalino coroando seus crimes e rindo da cara do povo brasileiro.
O indulto natalino com a nomeação de Carlos Marum a ministro, fecha o ano com a mais alta classe de pouca vergonha na cara. Quando eu olho para Marum me vem à mente um viciado. Sabem aqueles viciados em craque, degradados, rolando pelas ruas?? Pois ele me trás essa imagem: um “viciado em corrupção”. Me parece um viciado, um degradado de ética, sem moral, sem vergonha e sem limites. A pouca vergonha é tanta que ele teve o descaramento de dizer em entrevista à imprensa que esperava dos governadores beneficiados com financiamentos da caixa federal ações com suas bancadas na busca de votos da reforma da previdência. Ou seja, abertamente, em entrevista à imprensa, chantagem com governadores e mostrando como são suas práticas, seu jogo de poder com o dinheiro público.
Por sorte a opinião pública pesou sobre o indulto e o ministro de plantão não era Gilmar Mendes. No caso de Marum, não espero nada, pois quem o colocou lá, colocou esperando exatamente isso.
A maior resposta que podemos dar para estes canalhas estará nas urnas, no ano que vem: NÃO VAMOS REELEGER NENHUM POLÍTICO.