Trânsito

ERS-431: o cenário atual da rodovia que acumula registros de acidentes fatais em Bento

Rodovia apresenta uma série de placas indicando curvas acentuadas

Foto: Gabriel Pfeifer / GrupoRSCOM
Foto: Gabriel Pfeifer / GrupoRSCOM

A ERS-431, rodovia que liga Bento Gonçalves a municípios como Cotiporã, São Valentim do Sul e Guaporé, dentre outros, é conhecida de forma negativa pelos inúmeros acidentes registrados, principalmente envolvendo caminhões com cargas pesadas, devido a curvas sinuosas ao longo de seu percurso.

Somente neste ano de 2020, pelo menos quatro graves acidentes foram registrados nas localidades de Linha Alcântara e Faria Lemos, situadas no interior de Bento Gonçalves. Dois destes acidentes resultaram na morte de caminhoneiros, praticamente no mesmo local: por volta do km 9 da rodovia. Além de ser um local com curvas muito sinuosas, em muitos trechos não há acostamento separando a estrada do barranco de mais de 15 metros de altura que a cerca.

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Desde 2018, foram 10 acidentes com morte registrados na rodovia.

A rodovia apresenta sinalização adequada, que indica a presença de curvas acentuadas e orientando a redução de velocidade: (Imagens: Gabriel Pfeifer / GrupoRSCOM:

O que propõe o município?

Há cerca de 1 ano, a prefeitura de Bento Gonçalves, por meio da Secretaria de Obras, procurou o DAER-RS (Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem), propondo uma parceria para que fosse executada uma intervenção do município no local, mesmo se tratando de uma rodovia estadual.

“O município solicitou uma autorização junto ao DAER para executar a instalação de uma área de escape para os caminhões na margem direita da rodovia, no sentido Faria Lemos / Linha Alcântara. Esta área de escape consiste na construção de uma caixa de brita, a exemplo do que já existe em diversas outras rodovias”, afirmou o Secretário de Governo de Bento Gonçalves, Carlos Quadros.

No caso de problemas nos freios, que foram as causas de muitos dos acidentes registrados na rodovia, os caminhões poderiam acessar a área de escape, o que seria um redutor da velocidade, causando a desaceleração do veículo. Segundo o secretário, o município se dispôs a utilizar recursos próprios para a execução dos trabalhos, mas segue o impasse por parte do DAER:

“Estamos aguardando a autorização há cerca de 12 meses, com a sinalização por parte do DAER em relação a esta possibilidade. Nos oferecemos a executar os trabalhos desde que o Daer nos oferecesse o projeto técnico, por se tratar de uma obra de grande porte”,

O que alega o DAER?

O departamento argumenta que não há equipamentos  para realizar esse tipo de projeto e afirma que o município não possui especialidade para execução do projeto, portanto o mesmo não foi aprovado.

O DAER alega também que passou recentemente por modificações no seu quadro funcional e sendo assim, não passou nenhum tipo de previsão ou indicativo para autorizar  o projeto e sendo assim, está no aguardo com que o município apresente o projeto para a viabilização.