O governador Eduardo Leite sobrevoou, no final da manhã desta sexta-feira (10), a região do Vale do Taquari, atingida pela cheia do rio Taquari. Antes de descer em Lajeado, acompanhado do chefe da Casa Militar e coordenador da Defesa Civil, coronel Júlio César Rocha Lopes, o governador sobrevoou São Sebastião do Caí, onde também há enchente.
Em Lajeado, Leite foi recebido pelo prefeito Marcelo Caumo e por prefeitos da região do Vale do Taquari, que apresentaram a situação da região. Em seguida, o governador visitou o Parque do Imigrante, para onde as famílias estão sendo realocadas.
“Viemos, antes de tudo, prestar nossa solidariedade. A Defesa Civil está especialmente dedicada a ajudar nas remoções das famílias e a dar apoio nos abrigos. É bonito ver a solidariedade do povo gaúcho, do povo de Lajeado. Recolhemos as demandas dos prefeitos e vamos, a partir daí, dar encaminhamento ao que for necessário para a reconstrução do que tiver sido prejudicado pela enchente”, disse o governador.
De acordo com o último boletim da Defesa Civil, publicado às 11h desta sexta (10), as situações de Lajeado e de São Sebastião do Caí são as mais críticas até o momento. Em Lajeado, há 300 desabrigados e 400 desalojados, e em São Sebastião do Caí, 160 desabrigados e 1,7 mil desalojados.
Para Lajeado, a Defesa Civil enviou 3 mil máscaras faciais, 300 tubos de álcool em gel, 300 tubos de sabonete líquido e 20 protetores faciais. Isso porque as famílias que precisaram ser removidas das casas onde moram foram transferidas a um abrigo e, devido à situação de pandemia, é preciso redobrar os cuidados neste momento em que ficarão juntas em um mesmo espaço. O mesmo suporte foi oferecido em São Sebastião do Caí, que recebeu 10 mil máscaras faciais, 300 cobertores, 300 tubos de álcool em gel, 300 sabonetes em barra, 20 protetores faciais, quatro caixas de luvas de procedimentos e 2 mil agasalhos.
Ainda conforme o órgão, choveu em torno de 180 milímetros em São Sebastião do Caí. A média para o mês de julho é de 160 milímetros. Em Lajeado, a chuva também foi de aproximadamente 180 milímetros, ante média de 148 milímetros. O volume foi medido do dia 1° de julho até esta sexta-feira (10). “Estamos com todas as equipes da Defesa Civil Estadual mobilizadas para prestar suporte técnico e enviar ajuda humanitária às cidades atingidas”, afirmou o coronel Rocha.
No total, 1.210 pessoas estão desabrigadas e 3.375 estão desalojadas nas 29 cidades afetadas pela chuva. Há, também, relatos de danos em 436 edificações, de acordo com levantamento da Defesa Civil. Duas pessoas morreram, em Caxias do Sul e em Colinas, em decorrência do temporal.
O prefeito Caumo manifestou preocupação com relação ao descredenciamento, por parte da China, de três frigoríficos brasileiros – dois no Rio Grande do Sul: um em Lajeado e o outro em Garibaldi. O governador fez contato com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, para solicitar auxílio. A ministra informou que terá reunião sobre o assunto, neste domingo (12), com os responsáveis pelo credenciamento e que, a partir daí, dará retorno sobre a questão.
Leite também conversou com os prefeitos Klaus Werner Schnack (Arroio do Meio), Celso Kaplan(Imigrante), Lourival Bernardino Seixas (Muçum), Edmilson Busatto (Bom Retiro do Sul), Lairton Hauschild (Cruzeiro do Sul) e Rafael Mallmann (Estrela), que apresentaram demandas dos municípios referente ao auxílio devido à chuva.