Um. Dois. Três. Testando até onde podem ir as manobras pra desgastar o governo de Daniel Guerra. Sim, porque essa é inevitavelmente a primeira leitura que dá pra fazer do terceiro pedido de impeachment contra o prefeito caxiense antes de completar o primeiro ano de mandato. Há uma estratégia com o objetivo de ampliar o desgaste do governo. Mas não é a única.
Apresentado por um grupo de 29 pessoas, o pedido denuncia o prefeito por supostas infrações político-administrativas, crimes de responsabilidades e atos de improbidade administrativa que teriam sido cometidos em sete situações diferentes, desde o imbróglio com o vice-prefeito até ignorar o conselho de saúde na tentativa de terceirizar o Postão.
Mas, mesmo que haja razão, e ainda que o início do mandato de Guerra tenha mesmo sido marcado pelo confronto e pela falta de diálogo, o terceiro pedido de impeachment se confunde com o terceiro round do terceiro turno de uma eleição que ainda teima em não acabar.
Mesmo assim, antes que alguém diga que virou moda, antes de falar na banalização do impeachment, antes de desqualificar a denúncia porque é mais do mesmo, porque não vai passar mesmo ou porque isso já tá ficando mesmo muito chato, é preciso tratar o momento com a seriedade que ele merece.
E tendo a medida que impeachment não é redenção pra voto arrependido e nem ameaça parlamentar pra destituir governantes que não agradam, porque é excepcional pra democracia, pra política e pro povo.
Se há responsabilidades e improbidades, isso deve ficar com quem entende do riscado, advogados e procuradores. Por ora, e pode-se dizer de forma açodada, porque a denúncia foi apresentada apenas ontem, caberá aos senhores vereadores decidir, ou até mesmo jogar pro ano que vem, que logo ali tem recesso e ninguém é de ferro.
Mas Guerra já sobreviveu duas vezes na câmara e, apesar do cenário ser diferente e do apoio explícito da população já não ser tão grande, cá pra nós, mesmo que tome um cartão amarelo, acho que já pode até pedir música no Fantástico.