Nesta quarta-feira (03), a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados publicou uma estimativa, que aponta que em torno de 10.290 trabalhadores do setor calçadista do Estado acabaram perdendo os seus empregos durante a pandemia.
O levantamento publicado pela Abicalçados ainda estima que houve queda de 13% dos empregos do setor no Brasil.
A indústria calçadista do Estado espera que com a retomada das atividades econômicas e a reabertura de lojas e shoppings, o setor consiga se recuperar. Contudo, a retomada não deverá ser de uma forma rápida, uma vez que muitos logistas ainda possuem estoques de calçados.
Segundo o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, pesa para o dado negativo a queda na produção de calçados, que, conforme o IBGE, foi de 74,5% em abril no comparativo com igual mês do ano passado. No quadrimestre, a produção já acumulou uma queda de 27,6%. “Não temos demanda, não temos novos pedidos.
Agora, com o varejo reabrindo, mesmo que com restrições, em alguns centros, temos expectativa de que a roda comece a girar novamente. De toda forma, não será uma recuperação imediata, pois muitos lojistas estão com estoques”, comenta o executivo, ressaltando que mais de 85% da produção total de calçados fica no mercado doméstico. “Ano passado, a produção chegou a 908 milhões de pares. Em 2020, essa produção deve despencar 30%, com reflexo direto no emprego”, lamenta Ferreira. A Abicalçados estima que, em 2020, o setor possa perder até 57 mil postos de trabalho.
Exportações
O consumo doméstico não é o único propulsor do grave quadro de demissões do setor calçadista. Conforme dados elaborados pela Abicalçados, em abril 4,84 milhões de pares de calçados foram exportados, 40% menos do que no mesmo mês do ano passado. No quadrimestre, as exportações somaram uma queda de 14,4% ante período correspondente de 2019, chegando a 36,87 milhões de pares. “O mundo ainda está muito fechado, serviços logísticos estão prejudicados. O mercado externo vai levar um tempo para estabilizar novamente. Para 2020, acreditamos em uma queda de até 30,6% no volume de pares embarcadas ao exterior”, avalia Ferreira.
A pesquisa realizada pela Abicalçados com empresas do setor será atualizada semanalmente. Acompanhe também no site