Bernardo, Naiara e, agora, Rafael. Três entre tantos inocentes.
Quando o coração chora? Quando uma criança deixa de brincar para virar estatística. Quando nem os mais bravos e aguerridos braços fortes seguram as lágrimas da dor.
Como se num estalar de dedos, a vida passasse como um sopro. Como se gritos de desespero em meio a um Maracanã lotado pudessem ser percebidos pelos mais defasados e desgastados ouvidos.
A revolta. A dor de não ter volta. O semblante abominável de quem não sente remorso, não se arrepende. Não sente. Não entre. Saia daqui. Pare. Não há mais tempo…
Não há perdão. Não há choro. Não há julgamento na Terra capaz de conceder a pena merecida. Não há palavras. Muito menos explicação. Ainda que se tente, é tudo em vão.
Quantos Bernardos, Naiaras, Rafaéis, quantos mais mortos por meios cruéis? Sabe… lá no fundo do coração, aquele pingo de esperança… está sumindo. Está navegando além mar. Sem bússola. Perdido. Tentando encontrar um caminho. Uma resposta. Uma direção. Um abraço.
O coração chora quando um anjo chega ao céu antes da hora. Quando apavora. Quando se ignora. Quando se vai à forra. No fio da navalha, na cara paspalha, do sujo antro das valas.
A Justiça da Fé não falha.
Texto: Maicon Rech