Em entrevista concedida ao Jornal da Manhã da Jovem Pan Serra Gaúcha nesta segunda-feira (18), o vice-prefeito de Caxias do Sul, Edio Elói Frizzo, falou sobre a queda na arrecadação no município, o investimento na saúde e sobre como a economia havia sido prejudicada pela antiga gestão.
Durante a entrevista, o vice-prefeito chegou a afirmar que “nós [a gestão atual] enfrentamos toda uma ‘raspação de cofres’ da gestão anterior que nos entregou a prefeitura, nos entregou em termos, porque foram escorraçados da prefeitura via processo de impeachment que aconteceu no ano passado. Mas não tínhamos ideia que a gestão era tão ruim, né?! Um deficit só na Codeca, somados os três anos, de mais de R$ 20 milhões de reais. Pegamos o pronto atendimento que o ex-prefeito transformou em UPA 3, sem recursos no orçamento para pagar o contrato com a empresa contratada, na ordem de R$ 2, 2 milhões por mês”.
Ainda na segunda-feira, Emílio Andreazza, advogado e ex-secretário de desenvolvimento econômico de Caxias do Sul, da gestão do prefeito cassado Daniel Guerra, enviou à redação um contraponto ao discurso de Frizzo, onde relata a visão da ex-gestão sobre a declaração.
“Primeiro, é necessário que nós façamos o restabelecimento da verdade. São absolutamente previsíveis esses ataques do sr Elói Frizzo, que não tem voto para estar onde está e nem de falar o que fala em nome do município. O que tenta, e não é a primeira vez, é adulterar números para tentar justificar esse verdadeiro ‘puxadinho’ da Câmara de Vereadores que virou a prefeitura municipal. Nos últimos três anos, nós da administração do prefeito Daniel Guerra, tivemos um desafio. Manter o equilíbrio financeiro do município, sem cairmos na solução mais fácil dos maus administradores públicos, ou seja, parcelar salários e aumentar impostos como medida de fazer frente a crise econômica. Uma realidade que, infelizmente, assola os grandes municípios do país”, relatou.
O ex-secretário ainda afirmou que, ao contrário do que foi falado pelo vice-prefeito Edio Elói Frizzo, a gestão do prefeito cassado Daniel Guerra deixou a administração do município com um superavit de R$ 34 milhões.
“Apenas em 2019, nós aumentamos a receita própria do município em mais de 11%, com trabalho consistente na recuperação da dívida ativa, responsabilizando os maus pagadores e deixando R$ 55 milhões em caixa, mais do que havia sido previsto”, afirmou. “As falas do sr Elói Frizzo contrapõe inclusive o que consta no portal da transparência da prefeitura, onde os próprios dados da administração atual comprovam que o resultado orçamentário do ano de 2019 teve um superavit de R$ 34 milhões. R$ 34 milhões positivos. Esta lá para que qualquer um possa acessar e ver a verdade. Ou seja, o sr Elói Frizzo não se dá nem ao trabalho de acessar os próprios dados que o seu secretário de gestão e finanças assinou”.
Emílio Andreazza ainda comentou sobre o combate à pandemia do coronavírus. Segundo ele, a atual gestão deveria estar investindo o dinheiro público na compra de testes em massa, como vêm fazendo os municípios de Bento Gonçalves e Farroupilha, para que o povo saiba a real extensão do coronavírus no município, e não investindo em “lotear a prefeitura de apaniguados políticos”.
“Os caxienses tem um acerto de contas com essa turma. O tempo está passando e as desculpas definitivamente não estão funcionando”, concluiu o ex-secretário.
Confira o contraponto do ex-secretário Emílio Andreazza na íntegra: