Empresas de eventos lançam manifesto pedindo retorno gradual do setor no RS

Um grupo formado por onze empresas ligada a eventos e promoções do RS divulgou no último fim de semana, um manifesto reivindicando um olhar mais sensível das autoridades em relação as dificuldades da categoria atingida duramente pela crise imposta durante a pandemia do coronavírus.

O setor foi o primeiro a parar desde o início da crise e deve ser o último retomar as atividades que representa cerca de 4,32% do PIB, com mais 60 mil empresas em toda a cadeia de serviços , 1 milhão 893 mil empregos diretos e terceirizados – R$ 209,2 bilhões de faturamento, em toda a cadeia de serviços .

De acordo com o último estudo do mercado de eventos realizado em 2013 pela ABEOC (Associação Brasileira de Empresas de Eventos), SEBRAE e Universidade Federal Fluminense, revelou também que somente em impostos o setor de eventos movimentou R$ 48 bilhões em impostos, com 590 mil eventos realizados.

O público envolvido foi de 203 Milhões de participantes. Apesar de não existir estudo mais recente, estima-se que o setor de eventos tem crescido em média 6,5% ao ano, no período dede 2013 a 2019.
De acordo com o manifesto o propósito seria a aproximação com as autoridades para criar um grupo de trabalho que pudesse atuar em parceria com os governos municipal e estadual, para conceber protocolos, durante o período de pandemia. Uma vez efetivada esta primeira fase, o objetico é de crescer e conquistar representatividade, com atuação contínua na melhoria do setor.

Confira parte do manifesto:

Poderíamos começar este manifesto com o poema de Carlos Drummond de Andrade, “José” [1942], que traduz um sentimento de solidão, de abandono e desesperança. No entanto, desejamos mudar qualquer sentimento negativo. Dado o quadro da crise Covid 19, aprendemos que não devemos pensar e agir isoladamente.

“E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você? “

Independente do tamanho e da proposta, somos realizadores de eventos. Trabalhamos com o sonho, com a vivência, o retorno, o prazer, a satisfação, a provocação, o vínculo, o encantamento, o envolvimento de nossos públicos – contratantes, patrocinadores, apoiadores, em especial, daqueles que se nutrem daquilo que ofertamos.
Até porque, para nós, a cultura e o entretenimento são relevantes e merecem cuidados, não somente por representarem o nosso ramo econômico, mas, como registramos, por serem agentes da felicidade e da memória afetiva despertadas em cada um, que experimenta o seu desejo ou momento inesquecível.

Todos os setores da sociedade estão preocupados com a retomada. Precisamos também nos organizar. Não nos interessa quando. Contudo, quando este momento chegar, estejamos preparados e com segurança. Nesse processo, nossa representatividade e reconhecimento, independente de tamanho e perspectivas, precisam ser estabelecidos, por isso os protocolos são primordiais e, ao mesmo tempo, surgem como nossa porta de garantia para aqueles que dependem e/ou valorizam este setor – nossos públicos -, na dimensão ampla desta expressão.

Por isso, integrar os nossos interesses e objetivos, neste contexto de crise, considerando o futuro próximo, é imprescindível. Nossos parceiros são também fundamentais. E os governos, igualmente. Reforçamos que os eventos, como alternativas de aproximação, de integração, de fixação, de lançamento, de construção, de promoção beneficiam outros setores da sociedade, sem esquecer que a cultura, em suas diversas possibilidades, precisa permanecer em pauta, seja ela do entretenimento, da informação, do aprendizado, do consumo, do social, enfim. Logo, a cultura é relevante e exige atenção de todos nós.

Para tanto, a presença e colaboração de todos os players do setor de eventos torna-se essencial. Sua ajuda nesta missão é indispensável. E, para não esquecer Drummond: “E agora, José? E agora, você?””