Comportamento

Por 10 votos a 4, Claiton Gonçalves tem mandato de prefeito cassado em Farroupilha

Sessão durou cerca de oito horas

Foto: Divulgação/Gabriel Venzon
Foto: Divulgação/Gabriel Venzon

O relógio central da Câmara de Vereadores de Farroupilha marcava 20h40min, desta sexta-feira (15), quando o vereador Josué Kiko Paese (PP), último a votar, disse “Sim”. Estava decidido. A primeira sessão de julgamento de um pedido de impeachment de um prefeito da história dos 85 anos de emancipação política da cidade chegava ao fim. Por 10 a 04 votos, decidiu-se pela cassação do prefeito Claiton Gonçalves.

A sessão teve início às 13h e se estendeu durante a tarde e a noite a dentro, quando houve a votação dos quatro itens contidos no pedido protocolado pela Ordem dos Advogados do Brasil e assinado pelo do presidente da OAB de Farroupilha, Maurício Bianchi, do presidente da OAB-RS, Ricardo Breier e João Darzone de Melo Rodrigues Júnior, presidente da Comissão Especial de Acompanhamento Legislativo da OAB-RS.

A sessão deveria ter iniciado com a leitura de todo o processo, de cerca de 400 páginas, porém, a defesa de Claiton pediu para que fosse lido apenas o parecer final da Comissão Processante, assinado pelo vereador Sedinei Catafesta. Os vereadores solicitaram que a denúncia da OAB fosse lida também. A ação diminuiu o tempo total da sessão.

Cada vereador teve direito a 15 minutos de fala no plenário. Nem todos falaram, e os que fizeram o uso da palavra, não utilizaram o tempo total. Após, foi a vez da defesa do prefeito falar. Com duas horas disponíveis, o advogado Augusto Vilela foi o primeiro a fazer o uso da palavra e utilizou cerca de 1h30min.

Ele cedeu a última parte para que Claiton pudesse falar. Assim, ele o fez durante os 30 minutos finais. Durante a sua fala, ele se emocionou, falou sobre família, e disse que o futuro da cidade estava nas mãos dos vereadores que votariam o impeachment.

Ele ainda falou diretamente para cada um dos 15 vereadores sobre a relação que cada um teve com ele e com a administração.

Por fim, ocorreu a votação dos quatro itens contidos no pedido. Já no primeiro item, houve a votação necessária para a cassação do prefeito.

Votaram a favor do impeachment os vereadores: José Mário Bellaver, Jonas Tomazini, Eleonora Broilo, Arielson Arsego e Jorge Cenci, do MDB; Sandro Trevisan, Tadeu Salib dos Santos e Josué Kiko Paese, do PROGRESSISTAS; Fabiano Piccoli, do PSB e Sedinei Catafesta, do PSD.

Os votos contrários partiram dos parlamentares: Deivid Argenta e Tiago Brunet, ambos do PDT; Maria da Glória Menegotto, do REDE SUSTENTABILIDADE, e Tiago Ilha, do REPUBLICANOS.

O presidente da Casa, Fernando Silvestrin, se absteve de votar.

Com a decisão, o agora ex-prefeito, Claiton Gonçalves, deixa a cadeira após sete anos e meio como chefe do executivo. Quem assume é o atual vice-prefeito, Pedro Pedrozo. Ainda conforme o decreto lei que rege o rito na Casa Legislativa, Claiton perde os direitos políticos por oito anos.

Foto: Cristiano Lemos/Grupo RSCOM
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Foto: Divulgação/Gabriel Venzon
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