Ameaçada de perder a concessão pública para distribuição de energia por conta de uma dívida de cerca de R$ 600 milhões com o governo, a Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE-D) precisa de um aporte de R$ 2,6 bilhões até 2020 para se manter realizando o serviço. A perda da concessão pode ocorrer caso a empresa volte a apresentar resultados negativos no balanço em 2018.
A situação coloca em risco a permissão para levar eletricidade a cerca de um terço da população do Rio Grande do Sul. Nesta quinta-feira, dia 30 de novembro, o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone da Nóbrega, afirmou que a empresa está realizando melhorias na gestão, mas reiterou que, sem o aporte de recurso, a empresa vai ter dificuldade de atender as obrigações previstas no contrato de concessão.
Para o governo, a única saída para a empresa pública é a sua venda. Por isso, encaminhou à Assembleia Legislativa projeto para retirar a exigência de plebiscito para a privatização. De acordo com o secretário de Minas e Energia do Rio Grande do Sul, Artur Lemos Júnior, desde 2015 o governo vem tentando evitar a perda da concessão.
A dívida da estatal provocou em novembro a suspensão da aplicação de reajuste médio de 30,62% nas contas de energia elétrica dos consumidores atendidos pela companhia. De janeiro a outubro deste ano, a empresa acumula prejuízo de R$ 76 milhões.