A coordenação do Parque de Ciência, Tecnologia e Inovação da Universidade de Caxias do Sul – TecnoUCS e a direção do Hospital Geral (HG) aguardam a aprovação em testes clínico e de engenharia do protótipo de ventilador pulmonar desenvolvido sob coordenação das duas instituições para buscar autorização para a produção em escala do equipamento. A intenção é disponibilizar equipamentos para hospitais de campanha que vierem a ser instalados na região para atendimento de pacientes da Covid-19. O modelo foi projetado por um grupo de empresas, engenheiros e técnicos voluntários de Caxias do Sul e cidades vizinhas sob a orientação da direção técnica do HG e gestão do TecnoUCS.
O grupo trabalha há duas semanas. Na última foram feitos aperfeiçoamentos visando ao desempenho necessário para a ventilação de urgência em ambiente extra hospitalar, o que foi testado no sábado, no HG, com o pareamento do modelo, batizado de Frank 5010, com um equipamento já existente no hospital. Novos testes de engenharia serão feitos na quinta e sexta, dias 9 e 10, em laboratórios acreditados do complexo de Laboratórios Especializados em Eletroeletrônica (Labelo) da PUC-RS, em Porto Alegre.
Entre as verificações serão feitos testes de pressão, volume, frequência e ciclagem do equipamento, explica o coordenador-executivo do TecnoUCS, Enor Tonolli Jr. “É importante ressaltar que se trata de um equipamento hospitalar do qual se necessita máxima eficiência. Somente a partir de todas as devidas aprovações de funcionamento podemos pensar em produção”, observa.
Testagem clínica – Para a execução de testes clínicos (com pacientes), é necessária aprovação do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), o que foi solicitado ainda na semana passada, com o envio dos descritivos técnicos e de finalidade do Frank 5010. “O protótipo funcionou bem no primeiro teste, mas precisamos de mais profundidade e seguir as etapas necessárias de avaliações para garantir a confiabilidade aos usuários. Além disso, por se tratar de um equipamento hospitalar, temos normas técnicas a seguir e autorizações legais a obter até se viabilizar a fabricação em série”, explica o diretor técnico do HG, Alexandre Avino. “Estamos confiantes em avançar com este projeto, mas não vamos precipitar o processo sem haver a funcionalidade, a segurança e as homologações exigidas”, frisa.
A autorização do Conep para testes clínicos independe dos testes de engenharia. Contudo, se não houver uma resposta da comissão ainda nesta semana e o equipamento for aprovado nas verificações nos laboratórios acreditados, o pedido ao órgão federal será reforçado com a anexação do laudo de resultados técnicos.
Cumprida a etapa de testagem e autorizações, a intenção é negociar com fornecedores para passar à produção industrial, com meta inicial de 100 unidades para atendimento de pacientes em hospitais de campanha e, em caso de necessidade extrema, em ambiente intra-hospitalar. A produção a seguir será definida conforme a demanda da rede de Saúde.