A criação de uma feira internacional de vinhos no Rio Grande do Sul volta à pauta do setor nesta quinta-feira, dia 23. No início da tarde, um encontro no Palácio Piratini deve reunir o governador José Ivo Sartori, representantes do Estado e lideranças do setor com o diretor-geral da empresa italiana Veronafiere, Giovanni Mantovani, para encaminhar o tema.
A empresa italiana, sediada na cidade de Verona, na região do Vêneto, tem mais de 100 anos de atuação, promove cerca de 32 feiras por ano, incluindo a Vinitaly, considerada uma das principais feiras vinícolas do mundo, e calcula um faturamento anual de cerca de 90 milhões de euros.
Segundo o secretário adjunto do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Evandro Fontana, o tema vem sendo tratado com o setor vitivinícola do Rio Grande do Sul desde a visita do governador gaúcho à Itália, em 2016. Na ocasião, Sartori avaliou com o presidente da Região do Vêneto, Luca Zaia, a possibilidade de investimentos italianos nesta área no estado.
Neste ano, uma missão da Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (SDECT) e do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) visitou a sede da Veronafiere e comunicou à direção da empresa o interesse do Rio Grande do Sul em realizar um evento para inserção dos vinhos brasileiros no mercado mundial.
A ideia inicial é que a feira tenha foco principal na valorização do vinho gaúcho e do azeite de oliva, e chegou a ser levantada a possibilidade de que ela fosse realizada em Esteio, no Parque de Exposições Assis Brasil, mas as articulações se encaminham para que, caso as negociações sejam concretizadas positivamente, o evento possa ser realizado em Bento Gonçalves.
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De acordo com o diretor de marketing do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Diego Bertolini, o diretor da empresa italiana já conheceu, na semana passada, vinícolas e a estrutura da cidade para receber o evento. Segundo Bertolini, a intenção do evento, como feira internacional, é reunir expositores e exportadores de toda a América Latina. A ideia é encaminhar um evento como a Vinexpo, feira realizada em locais como Nova York, nos Estados Unidos; Bordeaux, na França; e Hong Kong, ou a Prowine, realizada em Dusseldorf, na Alemanha; e em Xangai, na China.
“Estamos trabalhando para que isso aconteça. Como uma feira internacional, o ponto principal é a presença de produtores internacionais. O objetivo da Veronafiere é atrair outros países para consolidar uma feira internacional, a proposta inicial é atrair países produtores e importadores para focar no mercado da América Latina”, revelou Bertolini.
Outros estados brasileiros, como São Paulo, e países sul-americanos, como a Argentina e o Chile, também estudam a possibilidade de sediar a feira, mas as definições ainda vão depender de análises mais aprofundadas de viabilidade técnica e econômica.
O crescimento e o avanço da qualidade do setor vinícola no Brasil colocam o Rio Grande do Sul na linha de frente para receber o evento. Para Bertolini, o incremento das exportações do setor, que cresceram cerca de 40% neste ano, também credencia o estado para sediar o evento.
