Justiça

Após cinco anos, denunciados pela morte de metalúrgico irão a Júri popular em Caxias

Julgamento ocorre no dia 26 de março

Foto: Jackson Cardoso/Divulgação
Foto: Jackson Cardoso/Divulgação

O dia 26 de março de 2020 pode marcar o desfecho de um dos casos recentes que mais chamaram a atenção pública nos últimos anos em Caxias do Sul. Os denunciados pela morte do metalúrgico Ivanildo José Araldi, 43 anos, em 11 de dezembro de 2014, serão submetidos ao Júri popular.

Roseli de Fátima Pedroso e Cleverson Alves de Moura foram apontados pelo Ministério Público (MP), à época pela Dra. Silvia Regina Becker Pinto, como mandante e executor do crime, respectivamente. Roseli, que era companheira da vítima, e Moura, tiveram prisão preventiva decretada pelo Judiciário. A mulher está em liberdade. Já o autor confessor do crime está, atualmente, no Presídio Estadual de Santa Maria.

O que diz a denúncia do MP?
Conforme o Ministério Público, Roseli mantinha uma união estável com Ivanildo, que era gerente de produção de uma metalúrgica. Após conhecer Cleverson, a mulher teria ajustado a execução do companheiro. Para tal, Roseli teria fornecido ao autor do crime o horário de chegada do metalúrgico em casa, no Loteamento Paiquerê, e como pagamento pelo homicídio, Moura receberia a caminhonete Ecosport, de cor vermelha, placas IRD-2434, de propriedade da vítima. Ivanildo foi abordado chegando na residência do casal e conduzido por Cleverson e comparsas, nunca identificados, até um matagal na estrada velha para Flores da Cunha, onde foi morto com um tiro na nuca. O corpo foi encontrado por um agricultor no dia 3 de janeiro de 2015.

Segundo o MP, Roseli, mesmo negando participação no crime, teria o cometido por motivo torpe, uma vez que, não mais nutrindo afeto pela vítima e desejando livrar-se da relação mantida com ele, concebeu a morte de Ivanildo. Já o denunciado Cleverson cometeu o crime mediante promessa de pagamento. Ambos os acusados cometeram o crime mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, entre outros qualificadores.

Depoimento do delegado
O delegado do caso, à época, Mário Mombach, afirmou em depoimento durante o processo que, inicialmente, o caso foi tratado como um roubo. Porém, no decorrer da investigação, apareceram contradições nos depoimentos da ré Roseli. O réu Cleverson estava foragido e foi capturado pela Brigada Militar (BM) dias após o sumiço de Ivanildo, junto da mesma camisa usada no dia do crime. Conforme o delegado, ele confessou que foi contratado por Roseli para matar a vítima e que mantinha com ela um relacionamento extraconjugal. No depoimento, Mombach salientou que “a trama criminosa foi combinada entre os réus, tanto que no dia do fato foi a ré quem buscou a filha do casal na escola, tarefa que era realizada rotineiramente pela vítima, para que a vítima fosse abordada sem a presença da criança”.

A defesa
A defesa da denunciada, representada pelo advogado Ivandro Bittencourt Feijó, foi procurada pela reportagem, mas não houve retorno até o fechamento da matéria.

Em todo o processo, 25 testemunhas foram ouvidas.