Cidades

Populares denunciam empresa que supostamente desvia água da barragem de Garibaldi

Segundo relatos, o estabelecimento utiliza a água para serviços de manutenção de jardins e irrigação de plantas comercializadas

Populares denunciam empresa que supostamente desvia água da barragem de Garibaldi

A reportagem do Portal Leouve recebeu denúncia de moradores da cidade de Garibaldi que flagraram um suposto desvio de recursos hídricos da barragem, a principal bacia de captação de água do município. Segundo informações, uma rede hídrica, que não possui nenhum tipo de registro ou medição de controle de fluxo, faz a ligação entre a barragem e uma empresa privada, localizada nas proximidades do corpo d’água. Ainda, segundo relatos, a floricultura utilizaria os recursos hídricos como insumo nos serviços de manutenção de jardins e irrigação de plantas comercializadas.

Em vídeos gravados por populares e denunciados exclusivamente para o Portal Leouve, a situação irregular é apresentada. As imagens mostram uma rede hídrica, composta por duas mangueiras. A primeira delas, de maior espessura, está ligada diretamente com a água da barragem. A segunda mangueira, de menor espessura, segue por trás de um pavilhão, escondida pela vegetação, até seu destino final: uma caixa d’água, usada como reservatório, em uma empresa privada. Conforme a denúncia, populares já flagraram a utilização da água no processo de comercialização de produtos e serviços do estabelecimento.

Confira o flagrante em vídeo:

A reportagem do Portal Leouve buscou contato com a Prefeitura Municipal de Garibaldi, e questionou se o estabelecimento comercial possui outorga de utilização dos recursos hídricos da barragem. A assessoria de imprensa afirmou que a prefeitura não tem poder de emitir tal autorização. Em comunicado, afirma ainda que a gestão da água da barragem é feita pela Corsan e não pelo município.

A Companhia Rio Grandense de Saneamento (Corsan), responsável pela represa do município, também foi questionada sobre o fato. Após contato da reportagem, Alesandro Silva Tavares, Gestor de Unidade de Saneamento de Garibaldi, afirmou da seguinte forma: “Não temos em nosso sistema nenhuma empresa que esteja autorizada a retirar água da barragem para uso na manufaturação de seus produtos e serviços.”

A floricultura foi procurada pela reportagem para comentar a respeito do caso. Contudo, não obtivemos retorno até a publicação desta matéria. Se o fizerem, atualizaremos o texto.

Na tarde desta quarta-feira (22), a reportagem esteve presente no local e flagrou as mangueiras em pleno funcionamento. Mesmo avisada sobre o caso, a Corsan ainda não efetuou nenhum tipo de fiscalização para coibir o ato. Confira o flagra em foto:

O que diz a Lei
Conforme está disposto na Lei Federal nº 9.433/1997, a captação de água existente em um corpo d’água, depende de outorga quando tem como objetivo o consumo final, inclusive o abastecimento público, ou insumo de processo produtivo. Os usuários que se utilizam dos recursos hídricos sem a devida outorga estão sujeitos a notificações, multas e até embargos previstos na Lei nº 9.433/1997. Além disso, esses usuários podem ser os primeiros a sofrer racionamentos em situações de escassez. *Fonte: Agência Nacional de Águas.

Imagens: Especial Leouve