Bento Gonçalves

Participação comunitária e trajetória empresarial marcam vida de Michelon

Participação comunitária e trajetória empresarial marcam vida de Michelon

Moysés Luiz Michelon foi um bravo e um desbravador. Tinha o sonho de viver até os 100 anos, e quem o conhecia não tinha porquê duvidar disto. Sonhava e trabalhava como alguém que tinha bem menos de 50, justamente a idade da realização da primeira Fenavinho, uma de suas tantas filhas.

Ele faleceu aos 83 anos deixando enlutadas a esposa Leonor, as filhas Elisete, que mora nos Estados Unidos e é mãe de sua única neta, Isabela, e Elaine, que, juntamente com o pai, dirige o hotel Villa Michelon. Deixa enlutados ainda o genro e os irmãos Tarcísio e Mafalda, Cláudio e Deolinda.

Internado para tratar de uma infecção pulmonar em 9 de setembro, acabou vendo suspensa uma sessão solene na Câmara de Vereadores exatamente para homenagear o cinquentenário da festa. Sem a presença de Moysés, a festa estaria esvaziada, e por isso acabou adiada e sem nova data.

Moysés, juntamente com sócios, ajudou a construir uma das maiores marcas industrias de Bento Gonçalves, a Massas Isabela, que após 42 anos de dedicação e na condição de líder de mercado, acabou vendendo em 1997 para um grupo argentino. Depois, ajudou na transição para o grupo M. Dias Branco, que até hoje controla a empresa. Foi só após esta data que Michelon voltou à origem: filho de hoteleiros, construiu no coração do Vale dos Vinhedos seu hotel.

Entre os anos de 1971 e 1973, ele presidiu o Centro da Indústria e Comércio (CIC) de Bento Gonçalves e nunca se afastou das questões da Fenavinho. Exercia às últimas consequências o cargo honorífico de “membro nato”, compondo o conselho que deliberava sobre os rumos da festa. Foi graças a ele que a festa vem recebendo inúmeras homenagens no transcurso de 2017 e seu sonho era ver a festa realizada novamente.

Se não conseguiu concretizar a volta da Fenavinho, ainda no ano de 2016 conseguiu ver se tornar realidade um outro desejo. A de ver sua biografia concluída: Longa tarde no Paiol traz reminiscências de infância e conta boa parte da ascensão deste empresário e da própria cidade. A obra é assinada por Ana Inês Facchin e Roni Dall´Igna e ilustrada pelo artista Ivalino Postal.