A Rádio Jovem Pan Grande Porto Alegre recebeu, na tarde desta quarta-feira (25), a vice-presidente do Instituto da Mama do Rio Grande do Sul (Imama), Maria Beatriz Pellin Moser.
Durante este mês, acontece o Outubro Rosa, campanha que visa conscientizar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama.
O Imama promoveu ontem uma palestra no Shopping Total, em Porto Alegre. O encontro tratou da anatomia da mama, de como é feito o exame de autoconhecimento do corpo e da mamas, e das leis que amparam os que sofrem com a doença.
No próximo domingo (29), o instituto realiza a “Caminhada das Vitoriosas”, em Porto Alegre. O aquecimento será no Parcão, a partir das 9 horas.
Em entrevista ao jornalista Fabiano Brasil, Moser explicou questões importantes sobre a prevenção do câncer de mama. Confira alguns dos destaques da entrevista:
Necessidade de informação
“Há 24 anos, a gente acredita que a informação é que vai fazer a diferença. O cenário atual é que as mulheres e os homens estão diagnosticando o câncer já avançado. Isso, para nós, é falta de informação. Porque quando eu sei que eu posso me cuidar, onde eu tenho que ir e os direitos que eu tenho, eu consigo detectar um câncer ainda na sua fase inicial. Isso é cura.”
“É preciso que o paciente entenda a sua doença, os seus direitos, o tratamento que ele está fazendo. É muito comum o paciente não saber responder que tipo de tumor ele tem, que medicamento vai usar, qual vai ser o processo. Então queremos capacitar a população e os pacientes com conhecimento. Isso a gente acredita que vai fazer a diferença e está ao nosso alcance.”
Incidência do câncer de mama em Porto Alegre
“Em incidência, Porto Alegre só perde para o Rio de Janeiro. Nisso, não temos como mexer, porque a gente vai falar de agrotóxico, sedentarismo, uma série de fatores que podem estar propiciando que a incidência seja muito alta. Mas na questão da mortalidade, no diagnosticar cedo, isso a gente consegue. É preciso que a população se capacite.”
Diagnóstico tardio
“Se 54% dos casos são diagnosticados avançados, o problema pode estar na população, quando a população não conhece a sua mama, tem medo de mexer na sua mama, ou tem preconceito.”
Homens também correm risco
“Os homens também têm mamas, só que atrofiadas. Para cada cem casos em mulheres, a gente tem um homem. Por isso que a gente foca na mulher, porque tem muito mais câncer de mama em mulher.”
Legislação sobre câncer de mama
“É lei desde 2008 que a mamografia deve ser feita de forma rotineira, uma vez ao ano, para mulheres a partir de 40 anos. O governo quer que seja a partir dos 50 anos e a cada dois anos. Isso é baseado numa realidadee que não é do Brasil, é canadense. É uma pena. Há pacientes com menos de 40 anos que já têm câncer de mama.”
“No Brasil, estamos gritando há 24 anos certas coisas e não conseguimos. Há leis que amparam em relação à construção da mama que foi tratada. Se foi usada a rede pública para retirar a mama, o SUS deve reconstruir essa mama. É lei. Se a pessoa tem um diagnóstico de câncer de mama, ela deve estar em tratamento em até 60 dias. Isso não acontece.”
Tratamento
“O tratamento é simples. Tira-se a lesão. Esse é o jeito mais tranquilo, mas o que menos acontece porque as pessoas não têm a cultura de se cuidar. Vale a pena, a informação vale a pena. Se consegue pegar ele pequeno, a chance de cura é acima de 95%. Existem vários tipos de lesão e vários tipos de tratamento. Se analisa o DNA do tumor, para se traçar o tratamento. Algumas pessoas perdem o cabelo, outras não. Informação é a melhor ferramenta.”
A entrevista completa, em vídeo, pode ser conferida através do link https://www.facebook.com/jovempan907/videos/1502370233151346/.
Colaboração: Andreas Weber/Jovem Pan Grande POA FM 90,7