São claros os sinais da recuperação econômica em três setores produtivos de Bento Gonçalves: indústria, comércio e serviços. Os dados foram exibidos nesta segunda-feira em café da manhã de apresentação da revista Panorama Socioeconômico de Bento Gonçalves. O trabalho foi elaborado por um grupo de professores da UCS e apresentado pela professora Cíntia Paese Giacomello.
Como novidade, esta 48ª edição traz dados relativos já ao primeiro semestre de 2019, que vêm a corroborar a tendência de aquecimento da economia experimentada a partir de 2018. Os índices levam em conta o deflator do PIB (IBGE) relacionado à inflação das empresas e utilizada para calcular as variações reais na produção de riquezas do país. Desta forma houve crescimento de 1,8% na indústria, 3,6% no comércio e 6,8% nos serviços. Números satisfatórios quando consideradas as variações do PIB nacional (1,1%) e estadual (1,0%).
Existem dados que demonstram claramente o que ocorreu com a economia do município nos últimos cinco anos, período em que a indústria perdeu espaço na representatividade. Em 2014 representava 64%, agora representa 59%. O setor de serviços subiu de 15 para 20% e o comércio mantém há três participação de 21% no bolo. Os dados espelham outra realidade: numa cidade em que existe uma pessoa jurídica para cada 13 habitantes, há um crescimento nas inscrições de Microempresas Individuais, as MEIs, são 4.453 empresas inscritas frente a 1.912 do comércio que reduziu sua participação em 1% e 716 indústrias (- 4,6%).
Outro sinal de retomada da atividade econômica é a volta da geração de empregos: foram 336 em 2018 e 500 apenas no primeiro semestre deste ano. E também a retomada da construção civil com lançamentos de imóveis para venda.
Já a indústria vinícola também experimenta crescimento importante nos últimos cinco anos. Em 2013 o faturamento nominal foi de R$ 594 milhões de reais e em 2018 foi de R$ 981 milhões. O crescimento verificado no primeiro semestre foi de 2%, mas a tendência é crescimento, seja pelas vendas de final de ano, seja pela crise no Chile.
Dentro do setor industrial o estudo aponta para uma mudança no grau de importância dos setores. O metalmecânico sua participação de 2015 até hoje de 14,7% para 18,5%, enquanto o principal segmento econômico do município, a indústria moveleira , que tinha participação de 43% no PIB caiu para 34,3%.
Num cenário de boas notícias – exceção a este recuo do setor moveleiro – talvez a mais preocupante constatação do estudo se encontre na área da educação. A evasão escolar é muito alta: 14% no ensino médio e 4% no ensinos superior. Quem não conclui o ensino médio acabará não entrando para as estatísticas do terceiro grau.