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Opinião: Buracos, migalhas, IPVA e as promessas de Eduardo Leite

Pagar o IPVA sem opção de parcelamento e desconto por antecipação é uma afronta ao trabalhador gaúcho

Opinião: Buracos, migalhas, IPVA e as promessas de Eduardo Leite

Não bastassem os salários atrasados de policiais, professores, servidores públicos estaduais, mais uma bomba cai no colo do povo gaúcho. Uma medida autoritária que força o pagamento em parcela única do IPVA entre os dias 6 e 30 de janeiro, sem possibilidade de parcelamento e desconto com antecipação, é uma dor de cabeça e um problema a mais para todos nós. Assalariados, empresários, não importa. Todos estamos no mesmo bolo. E daí que você ganha um salário-mínimo ou fatura milhões? A programação mudou. Não tire férias, não descanse após um ano árduo de trabalho driblando a crise, pague seu IPVA. Isso que o Estado quer. Turismo? Só se for para ir até as casas lotéricas e agências bancárias.

Quer muito e pouco devolve. A impressão que dá é que o suor derramado de domingo a domingo não vale nada. Só uma “cesta básica”. Eduardo Leite errou feio. Talvez, por não conseguir cumprir o que prometeu em campanha, já que era só uma questão de organizar o fluxo de caixa para pagar as contas em dia – até o final de 2019. Ou, pelo menos, mostrar que o servidor público vale mais que as 700 migalhas que caíram na conta final do mês.

Mas, ok. Digamos que este é o “único problema” para o governo solucionar. As estradas estão em ótimas condições, não faltam vagas em escolas estaduais, imagine só: os leitos de hospitais estão vazios! Ao menos, a ironia o Estado não pode tirar de nós.

E se inventar de cobrar imposto sobre a ironia, eu pago com gosto.