O duplo atentado com caminhões-bomba que sacudiu a capital de Somália neste sábado, dia 14, já é considerado um dos piores ataques das últimas décadas no país. O número de vítimas já chega a 215 e há aproximadamente 350 feridos, de acordo com informações oficiais. O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, condenou o atentado jihadista e pediu ao país que se una contra o terrorismo.
O atentado atingiu o Hotel Safari e um concorrido mercado de Mogadiscio. A maioría dos mostos eram civis, principalmente vendedores ambulantes que comerciavam em una das ruas mais movimentadas da cidade. Segundo o portal de notícias local Radio Garowe, um importante funcionário do Ministério do Comércio é uma das vítimas.
Vários edifícios próximos às explosões ficaram completamente destruídos e os hospitais estão superlotados de feridos, para os quais não há medicamentos suficientes nem sangue para realizar transfusões.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha confirmou, em um comunicado, que quatro de seus colaboradores locais morreram no atentado, mas este número pode aumentar porque muitos membros da organização estão desaparecidos.
O presidente de Somália, Mohamed Abdullahi Farmajo, decretou três días de luto e fez um apelo urgente à população para que doar sangue aos hospitais, muitos sem condições de atender e salvar a vida dos feridos.
Em um comunicado de seu porta-voz, neste domingo, dia 15, Guterres pediu “a todos os somalis que se unam à luta contra o terrorismo e o extremismo violento e trabalhem lado a lado na construção de um Estado funcional e inclusivo”.
Situada na costa leste do continente, na região conhecida como Chifre da África, a Somália tem mais de 10 milhões de habitantes e é um país de maioria muçulmana.
A Somália vive em um estado de guerra e caos desde 1991, quando foi derrubado o ditador Muhammad Siad Barre, o que deixou o país sem um governo efetivo e nas mãos de milícias radicais islâmicas, senhores da guerra que respondem aos interesses de um clã determinado e grupos de criminosos armados.