Uma nova queda-de-braço contrapõe os interesses do governo gaúcho e do sindicato dos professores estaduais, o CPERS: no final da tarde desta sexta-feira, dia 13, a secretaria de Educação (Seduc) encaminhou orientações e critérios para a reorganização do Calendário Escolar 2017, para as escolas que se encontram em funcionamento normal a partir desta segunda-feira, dia 16. De acordo com o novo calendário, as aulas devem ser ministradas em todos os sábados e o ano letivo encerra no dia 14 de janeiro.
Para o CPERS, que divulgou uma nota oficial ainda na sexta-feira, a paralisação dos professores não terminou, e uma avaliação do movimento está marcada para a manhã da terça-feira, dia 17, quando uma mobilização na Praça da Matriz, em Porto Alegre, pretende pressionar contra a votação das PLs e PECs que atacam os direitos dos educadores e educadoras.
O CPERS questiona os números apresentados pelo governo do estado, que anunciou que, após o pagamento integral dos salários de setembro, a maioria dos servidores que aderiram à greve do magistério já retornou às atividades, e 70% das escolas estão funcionando normalmente.
De acordo com o calendário definido pela secretaria, nos casos dos professores que seguirem em greve, a recuperação pode se estender até abril de 2018, enquanto os professores que não aderiram à paralisação podem encerrar as atividades no dia 29 de dezembro.
“Nossa preocupação é com os alunos, especialmente aqueles que estão concluindo o ensino médio e vão prestar provas para o ingresso nas universidades e Enem”, afirma o diretor de Recursos Humanos da Seduc, José Adílson Santos Antunes. “Em princípio, não usaríamos os sábados e prevíamos a recuperação após o encerramento do ano letivo, mas a situação dos concluintes nos fez rever esse posicionamento, para que os alunos e suas famílias não sejam ainda mais prejudicados”, pondera.
A proposta do novo calendário escolar deve contemplar os 28 dias de greve dos meses de agosto, setembro e outubro, e precisa ser aprovada pelos Conselhos Escolares e encaminhada à Coordenadoria Regional de Educação (CRE) para homologação até a próxima sexta-feira, dia 20. A CRE, por sua vez, deve analisar, ajustar e homologar os novos calendários e terá até o próximo dia 27 para remeter o quadro resumo da situação à Seduc.
Para o CPERS, a greve continua forte, e não há previsão de nova assembleia para deliberar sobre o fim da paralização iniciada no dia 5 de setembro.
“Nossa Greve está forte e todas as terças, a nossa resistência tem barrado os PLs e as PECs que atacam os nossos direitos. Precisamos de todas e todos em nosso ato da greve para mostrar, mais uma vez, a nossa força contra os desmandos deste governo”,afirma a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer.
Confira a nota do CPERS
Na tarde desta sexta-feira (13), a Secretária de Educação – Seduc divulgou uma nota com informações sobre a recuperação das aulas. Como podem organizar um calendário escolar sem que a greve da categoria tenha encerrado? Como recuperar as aulas se sequer foram negociados os dias parados? O que a Procuradoria Geral do Estado – PGE está fazendo em Brasília para cassar a nossa liminar? Fica evidente que o governo está blefando para tentar enfraquecer a greve dos educadores, que segue forte e com o apoio da comunidade.
Ao contrário do que o governo insiste em afirmar, a paralisação dos professores e funcionários continua firme em todo o Estado. Mas ao informar o seu levantamento, aos números apresentados admitem a força da greve da categoria.
O governo fala que 70% das 1.176 escolas estão trabalhando. Mas são 2.545 escolas. As restantes estão em greve. Portanto mais de 60% das instituições estão em greve. Como as maiores estão paradas, reafirmamos: 75% DA CATEGORIA (e não das escolas), segue em greve.
Está mais do que na hora do governo apresentar uma proposta que contemple as exigências dos educadores: pagamento em dia e sem parcelamento. Pagar no 12º dia do mês, não é pagar em dia, governador!
Continuaremos a nossa resistência até que os nossos direitos sejam respeitados!