Caxias do Sul

Especialista diz que sucessão em empresa familiar precisa de planejamento

Especialista diz que sucessão em empresa familiar precisa de planejamento

A delicada escolha de um sucessor nas empresas familiares exige processos estruturados e planejamento estratégico de todos os envolvidos no negócio. A tese é da professora e especialista em Governança Familiar Hana Witt, e foi explanada nesta segunda-feira, dia 9, na palestra “O desafio da sucessão nas empresas familiares da Serra gaúcha”, em reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC).

Na fala, a professora, que é cofundadora do Instituto de Desenvolvimento da Empresa Familiar (IDEF), explicou que um planejamento com antecedência tem chances de minimizar os impactos no negócio. Além disso, não envolver a família nos assuntos gerencias pode gerar sérios problemas na hora de escolher o sucessor da empresa.

“O principal erro é não definir os papeis de cada um dos membros da família e suas responsabilidades, direitos e deveres. A mãe e um filho jovem, por exemplo, precisam participar das conversas da empresa para saber se ela vai seguir em frente e se é um bom negócio. Porque são eles que, inevitavelmente, vão seguir a diante”, argumenta Hana.

Hana Witt entende que conversar sobre sucessão torna a família mais competente para administrar o patrimônio e manter o legado (Foto: Ricardo de Souza)

Para Hana, além da habilidade dos fundadores e herdeiros para gerenciar a situação, o sucessor deve passar por uma preparação e uma profissionalização. Ela defende, ainda, que essa capacitação comece cedo. “Um filho, a partir dos 15 anos, já tem noção do que é um negócio e de que este é o sustento da família. Ele já pode estar nas conversas familiares entendendo a importância dele na empresa, fazer algum curso de gerenciamento, compreendendo e estudando o seu papel na organização. O desconhecimento das responsabilidades é a causa dos conflitos na empresa familiar”, alerta.

Uma pesquisa realizada por Hana revelou que a maioria das empresas familiares de Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Farroupilha, Garibaldi e Flores da Cunha, têm os fundadores no comando dos negócios. O estudo mostrou que, apesar da maioria dos fundadores confirmarem o desejo de manter sua família na administração, grande parte das organizações não têm um planejamento sucessório e um plano de carreira para a geração futura. “Discutir o desafio da sucessão, portanto, é colocar em pauta a longevidade dos negócios familiares e o crescimento econômico da Serra gaúcha”, complementa Hana.