Opinião

Tradição e modernismo, marketing e oportunismo

Tradição e modernismo, marketing e oportunismo

Quando tradição e modernidade precisam se encontrar, esta nem sempre é uma ocasião é aceita com naturalidade.

Dizem os defensores da tradição que é preciso manter as características, a originalidade, manter o passado vivo como a chama de uma vela que ante qualquer descuido será extinta por brisa passageira.

Defendem os modernistas que a tradição para ser mantida precisa de um sopro de vida renovado, novas demãos de originalidade, a busca pelo novo renova públicos e mantém o passado.

Certa vez já defendi neste mesmo espaço que os corsos alegóricos e a escolha de soberanas para festas como a Fenavinho e a Festa da Uva talvez devessem ficar no passado. Admito que era uma teoria exatamente para debater a necessidade de lutarmos pela manutenção de valores do passado.

A Fenakiwi por exemplo e seguramente por motivos diversos, será remodeladas. Vejam só, as escolhas de misses que pareciam fadadas ao desaparecimento, ressurgiram de uns anos para cá com muita força. Ainda assim, a miss Deise Nunes não tem meias palavras para dizer que a escolha já não tem o glamour do passado. Nem a linda Deise possui o glamour do passado. Renovar é preciso, navegar é preciso.

Mas há quem não se conforme com o acontecimento marcado para este domingo – e agora  sob ameaça de não se realizar devido à previsão de mau tempo -o Fenavinho Day Festival, que promete atrações na Via del Vino. A justificativa para o nome é que é uma designação internacional. Fica mais fácil de comunicar e acredito nisso.

Mas vamos ser sinceros: quem sabe o que acontecerá neste dia? A Prefeitura, que é a mentora da ação, não investiu qualquer vintém na divulgação, que tem sido feita na base do boca a boca, no melhor costume dos tempos medievais. Parabéns. Conseguiram reeditar uma velha tradição, quando Marconi ou Gutemberg ainda não tinham sequer sonhado seus inventos revolucionários. Ah, mas o nome vem nos melhores padrões das tendências mundiais. Quero lembrar que só o nome não resolve. Pra mim, não passa de improviso com lustro de modernismo.