Caxias do Sul

Dissídio dos trabalhadores metalúrgicos de Caxias e região segue indefinido

Data base da categoria é 1º de junho. (Foto: Ricardo de Souza/Grupo RSCOM)
Data base da categoria é 1º de junho. (Foto: Ricardo de Souza/Grupo RSCOM)

O impasse envolvendo o dissídio dos trabalhadores metalúrgicos para o ano de 2017 ainda não tem uma perspectiva de desfecho. Nesta semana, o Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul e o Sindicato Das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico (Simecs) voltaram a se reunir para tratar o tema, mas diferença entre as propostas é de aproximadamente 3%. A data-base da categoria é 1º de junho.

Data-base da categoria é 1º de junho. (Foto: Ricardo de Souza/Grupo RSCOM)

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Claudecir Monsani, diz que a categoria já recuou na pedida inicial, que era de 8%, e agora propõe o índice na ordem de 6,5%. Ele reclama, no entanto, da dificuldade em convencer a entidade patronal da necessidade do aumento.

“Com essa crise da crise nacional, o trabalhador é o mais afetado, porque os empregadores se aproveitam da situação e querem ganhar de todas as formas. Infelizmente a gente precisava ter uma agilidade do sindicato patronal de realmente vir e negociar. O valor que pedimos não chega nem à inflação da nossa região, eles deveriam entender isso”, afirma.

O presidente do Simecs, Reomar Slaviero, diz que a entidade tem interesse em finalizar a negociação. Segundo ele, porém, o momento ainda é de dificuldades para as empresas e por isso o reajuste precisa seguir a inflação para o período, que é de 3,34%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor.

“A nossa vontade é concluir, mas sabendo que esse ano temos uma dificuldade muito grande. As empresas ainda estão muito endividadas e estamos preocupados com o número de fechamentos de empresas, mas vamos negociar, eu acho que a gente tá conversando e acredito que nos próximos dias a gente tenha alguma solução”, revela.

No ano passado, o reajuste dos metalúrgicos foi de 9,8%, pago de forma parcelada. Na ocasião, a negociação só evoluiu após a mediação do Tribunal Regional do Trabalho.

Outras categorias também não têm reajuste definido

Os trabalhadores do comércio e dos mercados também enfrentam a indefinição do reajuste. No caso dos comerciários, a proposta do Sindilojas é de 2,56%, o que corresponde à inflação na data-base da categoria, que é 1º de julho. O Sindicomerciários, por sua vez, pede um pequeno aumento real. A última proposta da entidade dos trabalhadores foi de 3,20% de reajuste, R$65,00 aos domingos, R$70,00 aos domingos de dezembro e feriados, R$267,00 de auxílio-creche e piso de R$1.240,00 retroativo a julho e R$1.250,00 a partir de setembro ou R$1.245,00 retroativo a julho.

Já a negociação dos trabalhadores em mercados ainda tem divergências em pontos como índice de reajuste, piso geral, salário de experiência e empacotador, além da discussão em torno dos feriados.

A mediação da justiça para que esses impasses cheguem ao fim não está descartada.