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Um gole de eternidade

Um gole de eternidade

A 25ª edição da Avaliação Nacional de Vinhos, encerrada neste sábado em Bento Gonçalves, é a prova irrefutável da consolidação de um processo cada vez mais profissional e da busca de qualidade na fabricação de vinhos no país e, claro, consolida o vínculo de Bento como a capital brasileira do vinho.

Promovido pela Associação Brasileira de Enologia, o evento, que desde 1993 serve como termômetro da qualidade dos nossos vinhos, acompanhou a evolução da indústria e do mercado, e hoje, um quarto de século depois, se orgulha de contar a trajetória do vinho brasileiro em busca da excelência.

Afinal, são poucos os países que se aventuram em avaliar uma safra que ainda dorme em tanques e barricas, e que, em sua maioria, vai ser degustada, com exceções das variedades mais jovens, daqui a no mínimo um ano no caso dos brancos, e, em se tratando dos vinhos tintos e de guarda, pelo menos dois anos.

E os recordes superados nesta edição e a perspectiva de que esta será uma das melhores safras dos últimos anos marcaram com sucesso o evento que comemora o que de melhor foi produzido nas vinícolas brasileiras nesse ano.

Avaliar uma safra de vinhos ganha ainda mais importância porque a excelência de um vinho é fruto da qualidade da matéria-prima, das uvas, do trabalho do homem no campo, a viticultura, e da transformação das uvas em vinhos, a enologia

Por isso, apesar da técnica cada vez mais apurada na elaboração das bebidas, a safra é importante porque a qualidade no resultado da produção do vinho depende muito da região e do clima ao longo do ano em que as uvas são plantadas e colhidas.

É o que a gente chama de terroir. Uma palavra que parece mesmo definir todo esse universo do vinho e transformar tudo em poesia.

E por falar em poesia, o poeta Mário Quintana dizia que bastava um gole de vinho para nos dar a eternidade. E essa situação do tempo guardado para sempre na garrafa que é mesmo celebrada tanto na avaliação de uma safra quanto na degustação de uma garrafa de bom vinho.

Afinal, cada gole guarda um pedaço do tempo, que traz em si a história de uma safra, do trabalho de um ano inteiro, da dedicação de muitas gerações.

Um brinde ao vinho brasileiro.