Que há um desvirtuamento moral e ético permeando casas legislativas, palácios governamentais ou da Justiça e perigosamente rondando nossos filhos no pátio das escolas, sabemos há muito tempo. Mas é preciso levantar a guarda, pois o que poderia ser aceitável como parte do risco de vivermos numa sociedade que se ufana por ser o lugar do jeitinho, está perigosamente descambando para um terreno de descontrole institucionalizado.
Parece que velhas regras de boas maneiras e do que seja seguir a lei estão caindo em desuso. Sim, quem está reclamando de ver o exemplo errado do Presidente que diz que vai buscar beneficiar o seu filho, tem toda a razão. Bolsonaro está errado por pensar desta forma, agir desta forma e pior, achar que admitir o erro pode reduzir o pecado. Isto quem faz são os padres com suas indulgências.
Já temos um ex-presidente e ex-auxiliares presos. Por outro lado o atual líder de governo admitindo ter usado caixa dois pensando que sua simples admissão o redime. Se é preciso aceitar que a canalha do governo anterior está presa com justiça, não há porque esperar punição (na dose merecida e nada mais do que isto) aos governantes atuais. O parâmetro está dado, não é aceitável que se queira mudar agora.
A manchete de hoje no Rio Grande do Sul é que a CEEE perde anualmente R$ 200 milhões com roubo de energia. Daria para pagar a folha de pagamento anual de seus empregados. Veja, não são políticos que estão roubando da CEEE, são pequenos empresários e quiçá, chefes de família, que precisariam dar exemplo aos seus filhos.
No Rio de Janeiro, comprovadamente o estado brasileiro onde os governos foram os mais corruptos, roubar energia é algo corriqueiro e pode ser constatado a olhos nus. Lá quem não faz o “gato” é considerado quase um otário. Este tipo de permissividade levou o estado aonde ele está: se não é o tráfico são as milícias que mandam e roubam. Três ex-governadores estão presos, deputados envolvidos. É este o exemplo que desejamos seguir?
Anda rolando nas mídias sociais um vídeo em que duas menimas por volta dos 15 anos vão às vias de fato contra uma terceira colega. Há risos, gritos e filmagem. Mas só quem interveio foi um brigadiano que por sorte da mocinha agredida tem posto na praça em que a briga se desenrolou.
Pode até se dizer que brigas entre semelhantes é algo ancestral, não passam de rusgas e se resolvem pelo andar da carruagem. Mas a minha cabeça meio antiga não admite dois baterem em um. Isto é covardia. Mas quem filma, divulga e não intercede pode ser qualificado como? Me ajudem por favor.