A Polícia Federal prendeu o presidente da JBS, Wesley Batista, irmão do empresário Joesley Batista, nesta quarta-feira, dia 13, durante a Operação Acerto de Contas, segunda fase da Operação Tendão de Aquiles. A prisão é preventiva e, portanto, não há prazo para que o empresário seja solto. Na mesma ação, a PF pediu a prisão preventiva de Joesley, que já está preso por cinco dias em Brasília, e que, assim, poderá seguir preso.
A operação investiga o uso indevido de informações privilegiadas em transações no mercado financeiro ocorridas entre abril e maio de 2017, quando houve a divulgação de informações relacionadas a acordo de colaboração premiada firmado por ambos os presos e a Procuradoria Geral da República.
No pedido de prisão, a Polícia Federal (PF) alega que as investigações demonstram que há “elementos de prova que indicam o cometimento de crimes e apontam autoria aos dois dirigentes das mencionadas empresas”. Os irmãos Batista poderão ser responsabilizados pelo crime uso indevido de informação privilegiada, com penas de 1 a 5 anos de reclusão e multa de até três vezes o valor da vantagem ilícita obtida.
O caso
A investigação apura dois eventos: o primeiro é a realização de ordens de venda de ações de emissão da JBS na bolsa de valores, entre 24 de abril e 17 de maio, por sua controladora, a empresa FB Participações e a compra dessas ações, em mercado, por parte da empresa JBS, manipulando o mercado e fazendo com que seus acionistas absorvessem parte do prejuízo decorrente da baixa das ações que, de outra maneira, somente a FB Participações, uma empresa de capital fechado, teria sofrido sozinha. O segundo evento investigado é a intensa compra de contratos de derivativos de dólares entre 28 de abril e 17 de maio por parte da JBS em desacordo com a movimentação usual da empresa, gerando ganhos decorrentes da alta da moeda norte-americana após o dia 17.