Depois de provocar 27 mortes em sua passagem pelo Caribe, o furacão Irma chegou na noite do sábado, dia 9, à costa oeste da Flórida, nos Estados Unidos, causando destruição. O furacão já provocou a morte de três pessoas em ilhas localizadas no extremo sul do estado, que recebeu nesta madrugada o impacto do olho do ciclone.
Um homem morreu no sábado, quando a caminhonete que conduzia sofreu um acidente no condado de Monroe, onde se encontram as ilhotas, após perder o controle do veículo devido a um golpe de vento.
Segundo a emissora de televisão ABC, outras duas pessoas morreram em um acidente no condado de Hardee, no interior da Flórida, devido às fortes chuvas provocadas pelo furacão.
De acordo com as informações oficiais, mais de 1,69 milhão de pessoas ficaram sem eletricidade na Flórida, e 6,3 milhões já saíram do estado.
O Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA informou que ao menos seis tornados tocaram o solo no leste da Flórida na última hora. Pelo menos um deles estava perto do aeroporto de Fort Lauderdale.
O representante comercial Vicente Chies, de 35 anos, morador de Bento Gonçalves, está em Orlando com a mulher e dois filhos pequenos a passeio desde o dia 3 de setembro, e afirmou por whatsapp que a situação na cidade, que fica na costa leste da Flórida, é mais tranquila.
“O que a gente sente aqui é muita tranquilidade. O pessoal está muito confiante de que as ações corretas foram tomadas. Não tem alarde, não tem pânico”, avalia.
Segundo ele, a chuva, ainda moderada, iniciou na manhã deste domingo, dia 10, e não há riscos de que o olho do furacão se desloque para a região.
Mesmo assim, ele afirmou que a situação é de alerta, porque o pico dos ventos e das chuvas deve ocorrer na noite do domingo e na madrugada desta segunda-feira, dia 12.
“Estamos bem, mas ficamos no hotel. A orientação é para que ninguém deixe o hotel entre hoje e amanhã”, afirmou Chies, que lembrou que a Flórida está preparada para enfrentar situações como essa desde a passagem dos furacões Katrina e Wilma, que deixaram milhares de mortos.
Segundo ele, são esperados ventos acima dos 100km/h, e por isso a situação é de toque de recolher. Chies afirmou que, nos últimos dias, o hotel em que está hospedado com a família lotou de pessoas que deixaram as cidades do oeste do estado, como Miami. Chies afirmou que na terça-feira tudo deve voltar ao normal, e inclusive os parques da cidade, que estão fechados, programam abrir normalmente.
O condado mais afetado é Monroe, onde ficam as ilhotas e uma parte da costa do sudoeste, onde 76% dos lares não contam com fornecimento de energia, no momento em que o Irma ainda impacta essa parte do estado com seus ventos máximos constantes de 215 quilômetros por hora.
Outro dos condados afetados é Miami-Dade, o mais povoado da Flórida, com quase meio milhão de imóveis a escuras, 42% do total. Broward, onde se encontra Fort Lauderdale, e Madison, ao norte do estado, são outros dos condados mais atingidos pelos cortes de eletricidade.