Papuda que o pariu

Eu vou dizer para vocês que talvez essa notícia de que o Joesley Batista, esse mesmo, o safadão da JBS, omitiu crimes na negociação da delação premiada com o Procurador-Geral da República Rodrigo Janot seja mesmo a principal notícia da semana nesse país tão massacrado por denúncias, delações, corrupção, e impunidade.

E é exatamente porque pode acabar com a impunidade conquistada no acordo de delação de um dos maiores ladrões da República, o tal do Joesley Safadão, é que a notícia me parece muito positiva.

Porque revisar a imunidade que ele recebeu por conta da delação como benefício por ter desmascarado um crime continuado, que tava acontecendo aqui e agora, esse mesmo da conversinha de comparsas com Michel Temer, dos 500 mil por semana, da mesada milionária pro Eduardo Cunha, das malas de dinheiro, do Aécio, do primo do Aécio, do Rocha Loures e de tantos outros, é sim uma grande notícia para o país.

Porque, mesmo que tivesse justificativa, a sensação de impunidade era avassaladora pra um país em que tantos corruptos corrompem e são corrompidos há décadas e décadas amém, e em vez de serem presos viram líderes de governo, ganham cargos nas estatais, são os melhores amigos de governantes e até se tornam presidentes dessa nossa república de bananas.

E eu confesso que fiquei indignado com os Lulas e as Dilmas, os Temer e os Aécios, os petralhas, os antipetralhas, os esquerdopatas, os bolsonazis, os demotucanalhas e essa zorra toda, disse tudo quanto é palavrão que eu conheço e até arrisquei uns que eu nem conhecia, desfiei todo o meu latim, chamei todos eles de tudo quanto é nome, xinguei o pai, a mãe e até a quarta geração.

Foi quando eu me acalmei e entendi que a prisão do Geddel, a delação do Palocci e a eventual, possível e necessária prisão do Joesley Safadão e de seus comparsas podem ser mesmo os sinais que faltavam pra gente poder acreditar que algo vai mesmo mudar nessa nação de botocudos.