Caxias do Sul

Famílias do Industrial não contempladas no Rota Nova devem ser despejadas

Contemplados iniciaram mudança nesta segunda-feira para o Rota Nova (Foto: Mauro Teixeira)
Contemplados iniciaram mudança nesta segunda-feira para o Rota Nova (Foto: Mauro Teixeira)

Os moradores que residem no Distrito Industrial, em área do Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem (Daer) e não foram contemplados com apartamento no Rota Nova, em Caxias do Sul, devem deixar as casas até a próxima sexta-feira, dia 1° de setembro. A reintegração de posse ocorre após longo processo.

Contemplados iniciaram mudança nesta segunda-feira para o Rota Nova (Foto: Mauro Teixeira)

Ao menos 15 famílias, de acordo com o Secretário Municipal de Habitação, Elizandro Fiuza, não corresponderam aos critérios exigidos pelo Ministério das Cidades para concorrerem a uma moradia no novo residencial. Outros, conforme o titular da pasta, não quiseram deixar o local.

“Foram famílias infelizmente que já sabiam disso. Não só este aviso, mas já sabiam anteriormente, há um ano, que isso ia acontecer por que eles não fizeram parte dos critérios do Ministério das Cidades. São pessoas de renda superior e outras que não aceitaram sair porque disseram que iriam entrar com usucapião. Só não sei quem orientou que eles teriam condição de ter alguma chance coletiva de fazer usucapião de uma coisa pública”, salienta.

O secretário lembra que o prazo estabelecido para saída era esta segunda-feira, dia 28. Porém, Fiuza resolveu estender a data até sexta para dar mais uma oportunidade para as famílias encontrarem uma relocação.

“Na verdade o prazo era hoje. Eu estendi o prazo até sexta para dar mais uma oportunidade para elas fazerem a colocação delas”, reforça.

Casa que ficam 50 metros da rodovia serão desocupadas (Foto: Reprodução/Google)

Carla Castro da Silva, que reside há 25 anos no Industrial, lamenta o fato de não ter conseguido apartamento no Rota Nova e ter que sair às pressas de casa. Segundo ela, o terreno foi adquirido a mais de 30 anos pela família, mas uma fatalidade por conta de um temporal, fez com que o documento de compra e venda fosse destruído. Agora, passa dificuldades para encontrar um novo lugar para morar.

“A gente não conseguiu ganhar os apartamentos e eles não estão querendo nos ajudar de outra forma, um outro local, ajudar com aluguel de algum lugar… A gente tá se sentindo um bicho quando tu largas na rua. Falaram que era pra sair em duas horas daqui com a mudança que o resto ia ser demolido. Foi avisado na quinta-feira que ia acontecer dessa forma. Ai a gente entrou em pânico, porque eu vou pra onde? Vou fazer o que? Tu vê tudo se destruir e ai complica. Tá difícil de arrumar lugar pra ir. Aluguel é mais um pra comer na mesa contigo. A gente não tem uma renda boa de sustentar uma família e pagar aluguel, sem contar que pra alugar uma casa tem que ter avalista.”, completa Carla.

A prefeitura, segundo ela, se dispôs a auxiliar com a mudança.

Na manhã desta segunda-feira, dia 28, iniciaram as mudanças das 420 famílias que residem nas margens da ERS-122 e RSC-453, que foram contempladas com moradia no Rota Nova, empreendimento feito em parceria entre Governo Federal, Caixa Econômica Federal e Município.