Caxias do Sul

Escolas infantis de Caxias do Sul sofrem com estruturas precárias

Escolas infantis de Caxias do Sul sofrem com estruturas precárias


A reportagem do Portal Leouve acompanhou o Sindicato dos Empregados em Entidades Culturais, Recreativas, de Assistência Social, Orientação e Formação Profissional (Senalba) na manhã desta quarta-feira (22) em quatro visitas à Escolas de Educação Infantil em Caxias do Sul.

As instituições visitas foram as escolas de educação infantil Aurora Milesi Rizzo, no bairro Forqueta; Frei Ambrósio, no bairro Consolação; Nosso Amiguinho, no bairro Esplanada e Dolaines S. Angeli, no bairro Santa Fé. Em nenhuma delas foi permitida a entrada da reportagem.

Em quase todas as escolas foram constatados problemas estruturais. Na primeira escola visitada, no bairro Forqueta, é visível o descaso. Escoras de madeiras amarradas com arames, caixa d’água com vazamento 24 horas por dia, poças d’água no pátio de recreação das crianças e até afundamento do piso na parte lateral do prédio, que está protegido por um tapume. A Aurora Milese Rizzo presta atendimento a 99 crianças com uma equipe de 10 professores e mais quatro funcionários.

 

Já na Frei Ambrósio, que atende 279 crianças com uma equipe de 32 profissionais, sendo 21 na área da educação, a coordenadora Keila Vanni de Souza afirma que não existem problemas estruturais, porém um mutirão com os pais está sendo planejado para sanar algumas questões, como pintura dos brinquedos no parquinho e da própria estrutura do prédio. No entanto o presidente do Senalba, Claiton Mello, contesta essas afirmações e complementa que existem demandas como o banheiro entupido há sete meses e equipamentos que poderiam ser utilizados pelos estudantes guardados em um porão.

A Escola Infantil Nosso Amiguinho foi a instituição que apresentou maior resistência para falar com o Leouve. Nesta instituição problemas estruturais na área externa não são visíveis, mas o que pode ser constatado é a falta de profissionais, visto que a coordenadora recepcionou a reportagem com uma criança no colo. Inclusive, nesta creche houve a denúncia de uma mãe sobre o descuido das profissionais e da administração, pois seu filho teria ingerido veneno de rato, que estava sob um armário, dentro da escola.

No bairro Santa Fé, na Dolaines S. Angeli, conhecida como Caic, a imagem de escoras amarradas com arame voltam a aparecer, e, conforme uma professora que atendeu a reportagem, há mais um ano essa escora está instalada no meio sala de recreação para segurara o telhado que sofreu danificações devido a fortes chuvas. As marcas de mofo e goteiras nas paredes também aparecem principalmente ao redor do telhado, que neste momento está coberto por uma lona.

Estas instituições são administradas por instituições filantrópicas conveniadas com a prefeitura de Caxias do Sul. Porém, a estrutura é de responsabilidade do município.

De acordo com o presidente do Senalba, Clainto Mello, “existe muita dificuldade para acessar informações e, se tem dificuldade para ter informações, é porque tem coisa errada e algo a esconder. Faltam profissionais no primeiro horário da manhã, das 6h30min até às 8h e das 16h às 18h30min. Ou seja, a escola funciona por 12h e os profissionais trabalham por 8h. Como os funcionárias e a administração relutam em fornecer as demandas das instituições, durante a visita é possível observar que a situação não está nada boa, a grama está alta, estrutura precária e a falta de profissionais.”

Resposta da Secretaria Municipal da Educação de Caxias do Sul

A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal da Educação, informou que na Escola Frei Ambrósio, as pinturas são entendidas como manutenção básica e são de responsabilidade da própria escola; na Escola Aurora Milesi, as escoras de madeira estão por segurança para que a laje não ceda, portanto, não oferece risco; na Escola Dolaimes S. Angeli, as escoras estão ali até que o telhado seja trocado. O projeto já foi aprovado, já tem recurso disponível para a obra e o edital já foi encaminhado para a Central de Licitações (Celic).

fotos: ricardo gatelli/grupo rscom