A Polícia Federal (PF) e a Receita Federal (RF) deflagaram na manhã desta terça-feira (21) a Operação Egypto, para i
nvestigar uma instituição financeira que atua sem a autorização do Banco Central (BC).
A ação conta com 130 agentes da PF, 20 funcionários da RF e seis policiais civis gaúchos para o cumprimento de dez mandados de prisão preventiva e 25 de busca e apreensão nas cidades gaúchas de Porto Alegre (3), Novo Hamburgo (13), Esteio (1), Estância Velha (2) e Campo Bom (1), além de Laguna (1) e Florianópolis (1) no estado de Santa Catarina e em São Paulo (3), capital paulista. Também foram expedidas ordens judiciais de bloqueio de ativos financeiros em nome de pessoas físicas e jurídicas, de dezenas de imóveis e a apreensão de veículos de luxo.
Os cinco sócios, sendo dois casais e um homem, foram presos junto com a esposa do último e outros quatro colaboradores do esquema. A operação totaliza 18 investigados sendo 13 pessoas físicas e cinco pessoas jurídicas. O superintendente regional da Polícia Federal no Rio Grande do Sul, delegado Alexandre Isbarrola, frisou que a ilegalidade principal estava na atividade de captação de recursos de terceiros sem permissão legal.
O delegado Eduardo Dalmolin Boliis, da Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros da PF, ressaltou que o simples investimento em criptomoeda não é ilícito. “O problema dessa empresa é que estava atuando sem autorização”, ressaltou.
O auditor fiscal da Receita Federal, Heverton Luiz Caberlon, revelou que até fevereiro havia cerca de R$ 850 milhões em dinheiro captado dos clientes nas contas da instituição financeira abertas em três bancos. Segundo ele, o montante pode passar agora de R$ 1 bilhão e havia repassado pelas vítimas através de 3 mil agências bancárias em 823 cidades brasileiras.
No Rio Grande do Sul, a captação do dinheiro aconteceu em 288 municípios, sendo que foram depositados R$ 128 milhões apenas em Caxias do Sul, seguido de R$ 77 milhões em Porto Alegre e R$ 61 milhões em Novo Hamburgo.