Opinião

Números que assustam e envergonham

Números que assustam e envergonham


Existem números que são tão escandalosos e tão enormes e tão avassaladores que a gente custa a acreditar. Dia destes no programa Canal Livre que a Band exibe no final das noites de domingo o assunto era o déficit da previdência. São números de embrulhar o estômago e de entender porque é que certas coisas não vão bem.

E lembrarei a seguir destes números porque é alarmante que o presidente Michel Temer fale – para logo em seguida tentar desmentir – que se cogita o aumento de alíquota de imposto de renda – corrigir os índices inflacionários na tabela a favor do contribuinte, nem pensar.

Me assusta mais ainda saber que além de tentar destituir antecipadamente o Procurador Geral da República que seus advogados julgam estar a perseguir o presidente. Se entendi bem, Janot é para Temer o que Moro é para Lula. Ainda me preocupa o fato da nova Procuradora Geral, a dona Raquel Dodge, estar se encontrando frequentemente com o presidente que a indicou. Novamente a altas horas da noite e fora da agenda oficial. Coisa mais suspeita. Ai se soube que há um pleito de aumento salarial para procuradores da república na ordem de 16%. Devo estar mal informado, não é mesmo?

Saiba-se que os números da previdência, estes que ameaçam o Brasil, são escandalosamente desproporcionais quando comparados os custos do setor público e do privado.

Vamos a eles: a média das aposentadorias do poder Executivo são de 9 mil reais por mês, do legislativo R$28 mil, judiciário R$25 mil e MP mais de R$30 mil, enquanto no setor privado não passa de R$1.600,00. O setor público gasta R$115 bilhões com 1 milhão de aposentados e o setor privado gasta R$ 500 bi com 33 milhões de aposentados.

Pior ainda: o déficit de 2001 a 2015 ou seja em 15 anos, gerado para sustentar os mamões insaciáveis do setor público somou R$1,3 trilhões para 1 milhão de pessoas. Já o déficit do INSS ou seja para o setor privado é de R$450 bi para pagar 29 milhões de pessoas. Retiro os números de um programa chamado Canal Livre, da Band, com participantes idôneos. Ou seja, não é fakenews. E como bem frisou um dos participantes, trata-se do maior programa de transferência de renda do mundo, só que dos pobres para os ricos. Uma vergonha sem tamanho e sem fim.