Caxias do Sul

“Vamos para somar”, diz dono da Havan sobre inauguração da loja em Caxias

“Vamos para somar”, diz dono da Havan sobre inauguração da loja em Caxias

Empresário. Investidor. Polêmico. Este é Luciano Hang, dono de uma das maiores redes de lojas do Brasil e que desembarca dia 27 de abril em Caxias do Sul: a Havan. Quem passa pela RSC-453, no acesso ao bairro Desvio Rizzo, já vislumbra o prédio e a identificação. Também, a base para a colocação da réplica da Estátua da Liberdade, marca registrada das lojas Havan espalhadas pelo Brasil.

Mas, nem só de negócios vive Luciano. Popular nas redes sociais e defensor da liberdade econômica, ele é um crítico de políticos da “esquerda” e burocracias que atrasam obras e investimentos privados, que geram empregos e rentabilidade.

Inclusive, Hang é um crítico do Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem (Daer) do Rio Grande do Sul. Porque? Por conta do transporte da Estátua da Liberdade. Pelo peso e dimensões do veículo, é necessária a liberação da autarquia. A réplica está em Osório nesta quarta-feira (3) e, segundo o dono da Havan, já deveria estar instalada na frente da loja caxiense.

“É uma vergonha. Você imagina que temos estátuas no Acre, Rondônia, Petrolina, Barreiras, por todo o Brasil. É o estado (RS) mais complicado para você conseguir trafegar com a estátua. É engraçado que nos outros estados brasileiros, você consegue licença em uma semana para trafegar. No RS, estou esperando a liberação há dois meses. Passa de uma mesa para outra, de uma mesa para outra, e nada acontece. É a burocracia que é o mal que existe no Brasil, mas no Rio Grande do Sul é dez vezes pior. Vocês tem que fazer alguma coisa. É o excesso talvez de funcionalismo público. Excesso de gente sem fazer nada, faz com que cada um pense em prejudicar, dificultar a iniciativa privada no estado de vocês. É uma vergonha. A estátua está pronta, esperando a boa vontade de um funcionário público de tocar um carimbo, dar uma assinatura, mais um carimbo, mais um carimbo, até a liberação, que em outras partes do Brasil é uma normalidade”, salienta.

Conforme Hang, a liberação de tráfego sob competência do Departamento Nacional de Infraestrutura (Dnit) é assinada em uma semana. Ele ainda faz uma comparação com a distância entre Acre, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

“Normalmente em uma semana nós conseguimos liberação para levar a estátua de Balneário Camboriú para o Acre. E, não conseguimos uma liberação para sair de SC para Caxias. Isso é o Rio Grande do Sul que faz com que as pessoas não invistam no estado, não vão para o estado. Imagina que a Havan tem o planejamento de fazer 50 ou 60 lojas no estado. Daqui a pouco eu vou encher o saco e não coloco mais Estátua da Liberdade em nenhuma loja pela dificuldade que o Daer encontra pra gente trafegar com a estátua”, completa.

Confira a entrevista completa com Luciano Hang, dono da Havan

Ansioso para a inauguração da loja em Caxias do Sul?

“Nós estamos super ansiosos. É a segunda megaloja da Havan no Rio Grande do Sul de dezenas e dezenas que nós vamos inaugurar nos próximos anos. Em 2019, quero encerrar o ano com 10 megalojas no estado. Para isso, estamos visitando cidades que poderão receber uma loja. Estou voltando essa semana para ver outras cidades. Mas, já temos mapeadas: Rio Grande, Pelotas, Santa Maria, Santa Cruz do Sul, Ijuí, Viamão, entre outras. Mais Passo Fundo e Caxias, faltam só duas cidades para completar esse sonho de ter 10 megalojas em 2019 com um trabalho grande que vamos continuar durante este ano para, talvez, inaugurarmos mais 10 lojas em 2020”.

A ideia inicial, quando da apresentação do projeto na prefeitura de Caxias do Sul, era que a cidade pudesse receber a primeira filial da Havan no Rio Grande do Sul. Isso não aconteceu. A abertura da primeira loja ocorreu em Passo Fundo. Houve burocracia da prefeitura caxiense?

“Eu não sei exatamente o caminho que dificultou a ida da Havan em primeiro lugar para Caxias. Mas, sempre são entraves burocráticos. É o carimbo, a licença, como tem muita ‘mesinha’, as pessoas preferem passar um documento de uma semana para outra semana. Eles não tem pressa de nada. Se o Brasil, os estados, os municípios, a burocracia estatal, tivessem a mesma pressa que nós empreendedores temos, o Brasil não estava andando para trás, e sim para frente”.

Este sonho de abrir lojas do Rio Grande do Sul poderia ter sido realizado muito antes?

“A primeira filial nossa depois de Brusque, era para ser Porto Alegre, nos anos de Olívio Dutra como governador. Na época, eles mandavam as empresas embora. Durante muitos anos, a esquerda acabou com o estado de vocês. Vocês (gaúchos) são vítimas da esquerda. A esquerda que fechou empresas gaúchas e afugentou qualquer outra empresa que pensou, um dia, fazer alguma coisa no Rio Grande do Sul”.

Expectativa de boas vendas e público da Havan de Caxias do Sul?

“Eu não tenho dúvida. A Havan hoje é sucesso nacional. Vamos chegar no final do ano com 145 megalojas espalhadas em 20 estado brasileiros. Queremos levar o jeito Havan diferente de trabalhar, com três turnos de trabalho, equipe motivada, mais de 100 mil produtos, crédito próprio em até 10 vezes sem entrada e sem acréscimo, estacionamento gratuito, etc. Eu espero que, no futuro, a Havan não tenha somente uma loja na cidade, tenha mais lojas em Caxias. Como é o caso da Grande Florianópolis, onde vamos ter 11 megalojas na região, São José com duas lojas, Joinville já temos duas lojas, vamos abrir mais duas e ainda acho que cabem mais três. Vamos ter lá, seis megalojas empregando praticamente mil pessoas. O importante é o ganha-ganha. Nós não vamos para dividir, nós vamos para somar. Nós acreditamos que o comércio é elástico e temos que estar abertos quando o cliente quer comprar. É uma quebra de paradigmas no Rio Grande do Sul. Temos certeza que vamos fazer muito sucesso e orgulhar o povo de Caxias. Vai ser um orgulho para nós ter uma empresa na cidade. Inclusive, temos muito fornecedores em Caxias e região. Nós compramos muitos produtos da Serra Gaúcha e já geramos milhares de empregos no RS sem ter lojas no estado. Queremos criar centenas e centenas de empregos neste estado que está nos recebendo de braços abertos”.

E agora levando o nome e o traje gaúcho para todo Brasil?

“Eu tenho levado o traje gaúcho, sempre levando as tradições gaúchas. Eu ganhei até um cavalo crioulo em Passo Fundo. Quanto mais eu ando pelo estado de vocês, mais eu me apessoo por esse povo que recebe muito bem as pessoas, que são simpáticos. Lamentavelmente, vocês foram vítimas de uma esquerda que dizimou a economia de vocês e enganou o estado e a população por muitos anos. Eu espero que eu seja uma das luzes que acenda essa escuridão que vocês passaram muitos anos. Que possamos sonhar, daqui alguns anos, com um Rio Grande do Sul próspero, em que os cidadãos não precisem mais sair do seu estado pra procurar emprego. Muitos saíram do RS por falta de emprego, porque a esquerda não acredita na iniciativa privada. Acha (a esquerda) que a máquina pública tem que ser cada vez mais gorda, consumir mais dos cidadãos. Produtos mais caros, gasolinas mais cara, é o espelho da burocracia que foi instalada no RS. Espero que possamos contribuir com um RS mais dinâmico, mais produtivo e com mais oportunidades”.

A inauguração da loja da Havan em Caxias do Sul está marcada para o dia 27 de abril (sábado) às 10h. Milhares de pessoas são esperadas na abertura da megaloja.