A novela envolvendo a greve dos médicos que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Caxias do Sul promete ter novos capítulos na semana que vem. Na última segunda-feira, dia 24, os médicos aceitaram, em assembleia, que o Sindicato dos Servidores municipais faça a intermediação entre a Comissão de Greve e o prefeito Daniel Guerra. Com isso, o Sindiserv deve apresentar as demandas da categoria ao prefeito na próxima terça-feira, dia 1º de agosto, visando o fim do impasse.
No final da tarde desta terça-feira, dia 25, a Comissão de Greve enviou ao Sindiserv a proposta que deve ser levada ao prefeito. Conforme o presidente da Comissão, André Pormann, a pauta de reivindicações é a mesma apresentada ao secretário de Saúde à época, Darcy Ribeiro Pinto Filho, onde a parcela autônoma recebida separadamente pelos servidores é incorporada ao salário.
“A única coisa daquela proposta que discordávamos era a avaliação individual, do paciente diretamente sobre o médico, mesmo porque isso nem o Sindiserv aceita. O que nós pedimos, basicamente, é a incorporação da parcela autônoma ao salário, porque atualmente ela é paga de forma complementar. E a outra questão, como o próprio prefeito havia sugerido, é uma gratificação para que o salário médico fique compatível com o mercado de trabalho até que a gente possa ter a discussão de um plano de carreira, para que o SUS tenha competitividade na contratação de médicos”, explica o representante dos médicos.
Notícias Relacionadas
A presidente do Sindiserv, Silvana Piroli, reconhece que um dos principais problemas enfrentados pelos médicos atualmente é a questão da parcela autônoma. Segundo ela, o Sindiserv recebeu a proposta da classe médica ontem e marcou uma reunião para a próxima segunda-feira para discutir os itens. “Nós reconhecemos que existe um problema de vários servidores, entre eles os que têm cargo de médico, que recebem salários diferentes e, para complemento, a administração anterior pagava uma parcela autônoma, que não se leva para a aposentadoria e cria uma série de transtornos. Nós esperamos conversar com os médicos na segunda-feira no sentido de clarear e buscar pontos convergentes”, defende Silvana.
A proposta apresentada pela Comissão de Greve ainda prevê a compensação de consultas perdidas durante os dias de greve, desde que o município aceite pagar pelos dias não trabalhados pelos grevistas. Outro ponto na questão de compensação é o pagamento por parte do município dos valores descontados dos médicos que atendiam por cotas e não registraram o ponto nos primeiros quatro meses do ano.
Os outros itens da reivindicação são a discussão de um plano de carreira para os servidores médicos, a criação de uma lei de redução da carga horária de 20h para 12h semanais com manutenção da gratificação, a permissão da redução de 33h para 20h semanais com manutenção da parcela autônoma e da gratificação.
