Opinião

Robôs, nós e as eleições

Robôs, nós e as eleições


Um assunto que é reincidente no programa de debates Sem Nome, que juntamente com colegas levo ao ar diariamente às 13h na rádio Amizade 1070 ou no facebook pelo @semnomenoar e portal Leouve, é esta questão da influência das redes sociais na opinião das pessoas.

O grande ponto não é que se queira restringir quem possa ou não fazê-lo, desde que devidamente identificado até para que se saiba que interesses estão em jogo. Pois este final de semana num dos cadernos da Zero Hora há duas matérias que abordam o tema sob prismas diferentes, mas ambos corroboram, baseados em estudos científicos, o que gente empiricamente, ou seja, pela vivência, já imaginava: as eleições são cada vez mais pautadas pelas redes sociais (faceboock,redes sociais,fakes, robôs, computador, grupos,k, integram e twitter em especial). É ali que se pauta o que será debatido no dia seguinte pelas pessoas que debatem política no dia a dia. Mas isto já se sabe. A questão é que na luta por corações e mentes, os artifícios utilizados são pra lá de suspeitos. Robôs replicam – ou retuítam – pontos de vista favoráveis a um candidato e exploram os pontos fracos do adversário. Tudo, evidentemente, a peso de ouro e longe das garras da justiça eleitoral que ainda não tem ferramentas capazes de detectar a fraude.
Foi assim na eleição de Dilma x Aécio; foi assim no pós eleição e movimento pelo impeachment da então presidente. E Será assim em eleições presidenciais e de governadores daqui para a frente.

Pois no complemento do artigo principal um professor e filósofo da USP aponta dados interessantes: apenas de dez a 15% das pessoas se interessam mesmo por política e estas é que acompanham as discussões, mesmo percentual medido nos EUA também; dois grupos se sobressaem no Brasil, os esquerdistas e os anti-petistas, uns mais coerentes em torno de temas como a defesas dos direitos civis e do sindicalismo; outros menos coerentes e unidos em tornos de temas diversos definidos de forma ampla como propostas populistas.

De tudo, resta dizer que outro estudo recente foi também matéria de pesquisa: cresce a desconfiança das pessoas sobre a credibilidade das notícias advindas das redes sociais. No sentido contrário, os leitores parecem entender que empresas jornalísticas – ressalvadas suas preferências políticas e simpatias por governo ”a” ou “b”- tem maior responsabilidade com a veracidade daquilo eu trazem ao público final.

Aos poucos as coisas vão ao lugar. Há progressos por fazer. Mas como já sabe até a Anta da praça Vico Barbieri, é com o andar da carruagem que as melanciais se ajeitam.O problema é que com os solavancos algumas se partem ao meio.